No passado domingo,
Tadej Pogacar conquistou a
Volta à Flandres de forma impressionante, superiorizando-se aos melhores do mundo num dos percursos mais exigentes do calendário. No próximo domingo, o atual Campeão do Mundo prepara-se para um desafio ainda mais brutal: a sua estreia na mítica
Paris-Roubaix.
A pergunta que todos colocam é simples: conseguirá Pogacar vencer
Mathieu van der Poel nos paralelos duas vezes na mesma semana?
Trata-se de uma dobradinha histórica que foi conseguida pela última vez há apenas um ano. Em 2024, Van der Poel venceu consecutivamente a Flandres e a Paris-Roubaix, dominando ambas com autoridade enquanto envergava a Camisola Arco-Íris. Agora, é o esloveno quem tentará igualar esse feito.
Nem todos acreditam que o ciclista da UAE Team Emirates - XRG será capaz de repetir o feito em solo francês, mas ninguém duvida do seu talento. O antigo vencedor da Roubaix, Magnus Backstedt, que triunfou em 2004, acredita que as mudanças nos equipamentos nivelaram as diferenças entre ciclistas de morfologias diferentes:
“No passado, havia a ideia de que a Roubaix favorecia os ciclistas mais pesados, mas ultimamente vemos ciclistas mais leves a conseguir grandes resultados. Com os pneus e as rodas actuais, isso é possível”, afirmou ao Het Nieuwsblad.
Backstedt pesava 95 kg quando conquistou a Roubaix. Pogacar, por contraste, pesa cerca de 66 kg. Mas não é o único peso leve que acredita nas hipóteses do esloveno.
Servais Knaven, vencedor da Paris-Roubaix em 2001, recorda:
“Pesava 68 ou 69 quilos na altura. Isso não é muito diferente do peso do Pogacar. Por isso, é simples: ele também poderá ser capaz de o fazer”, disse à HLN.
Ainda assim, Knaven deixou um alerta: a potência e explosividade de rivais como Van der Poel, Wout van Aert ou Mads Pedersen podem ser um obstáculo em terrenos mais planos, onde as diferenças de watts por quilo perdem impacto.
“O Pogacar é tão versátil que parece capaz de fazer tudo. Mas ficaria surpreendido se ele conseguisse ser mais rápido do que Van der Poel, Van Aert ou Pedersen num sector plano de paralelos. Nesses momentos é preciso colocar muita potência no chão e não sei se ele consegue igualá-los nesse aspecto. Estar na roda é uma vantagem nos paralelos, sem dúvida. Mas ele já nos surpreendeu muitas vezes, talvez o consiga fazer outra vez”, concluiu.
A Paris-Roubaix é uma corrida que desafia tudo e todos. E este ano, pela primeira vez, também desafia Tadej Pogacar.