Pela terceira vez. Michael Matthews esteve mais uma vez perto de ganhar o seu primeiro Monumento na Milan-Sanremo, mas Jasper Philipsen mostrou-se mais forte no final e não permitiu a Matthews concretizar o seu sonho. Aos 34 anos, Matthews ainda acredita que pode levantar os braços em Sanremo primeiro que um dos seus rivais que partilha do mesmo sonho, Tadej Pogacar.
"Agora todas as clássicas são feitas a todo o gás desde o início", disse ele à IDLProCycling.com. "Na Milan-Sanremo este ano mal houve tempo para parar para fazer uma chichi depois da darem a bandeira de partida. A UAE Team Emirates começou logo a meter ritmo, o que faz sentido quando se tem Tadej Pogacar na equipa. Para nós, que somos homens mais experientes, é tudo uma questão de adaptação. Se não nos adaptarmos, estamos fora".
Ao mesmo tempo, Matthews gosta muito desta nova abordagem às corridas: "Penso que o ciclismo é agora mais divertido. Na altura, pedalava por diversão, mas agora divirto-me ainda mais, tanto em cima como fora da bicicleta. Já competi contra três gerações de ciclistas de topo e o facto de ainda estar a competir ao mais alto nível deixa-me orgulhoso. Não parece que estou a trabalhar, gosto de competir com estes tipos. Isso faz-me feliz".
Muitos dos colegas de Matthews foram se retirando com o passar dos anos, mas o australiano redescobriu o seu amor pelo ciclismo graças ao seu bom amigo, Pogacar. "O Tadej foi um factor incrivelmente importante na mudança que eu sofri. Revejo-me nele, na sua atitude, que eu também tinha na idade dele. O Tadej sempre me manteve na zona e permitiu-me continuar a desfrutar do ciclismo."
Para além disso, Matthews e Pogacar partilham a mesma ambição, pois nunca venceram a Milan-Sanremo. Cada um por uma razão diferente: Matthews porque pode ganhar e Pogacar porque não pode. "Há duas maneiras de ganhar a Sanremo. Num dos cenários ele tem a melhor hipótese. No outro, sou eu. Para ele, tem de ser uma corrida incrivelmente dura, ainda mais dura do que a deste ano. Para mim, fico satisfeito se chegarmos à meta com um grupo pequeno. Nessa situação não nos podemos ajudar uns aos outros. Temos de nos concentrar em nós próprios."