Wout van Aert regressou à competição esta sexta-feira no GP de Quebeque 2025, mas o belga da
Team Visma | Lease a Bike saiu da corrida com uma sensação agridoce. Num dia caótico e marcado por ataques longos e pouco usuais nesta clássica canadiana do WorldTour, Van Aert terminou apenas em 14º lugar, longe da luta pela vitória que acabou nas mãos de
Julian Alaphilippe.
Plano da Visma comprometido
O objetivo inicial da Visma passava por controlar a corrida de forma conservadora, guardando Van Aert e Tiesj Benoot para o final. Mas o novo desenho do circuito, mais duro e sem as descidas rápidas habituais, incentivou uma ofensiva antecipada. A UAE Team Emirates - XRG desencadeou os primeiros ataques a 80 quilómetros da meta, com Tim Wellens a abrir caminho para que nomes como Alaphilippe, Pavel Sivakov, Alberto Bettiol e Mattias Skjelmose formassem o grupo decisivo da frente.
A Visma tentou organizar a perseguição desde o pelotão, mas nunca conseguiu impor ordem. "Não estávamos suficientemente bem posicionados quando os ataques começaram", reconheceu Van Aert no site oficial da equipa. "Não conseguimos acompanhar os contra-ataques e a perseguição nunca se organizou. O plano era que eu e o Tiesj guardássemos algo para a última volta. Infelizmente, não deu certo".
Fora da disputa pela vitória
A cooperação entre os fugitivos foi decisiva para manter o pelotão a distância, enquanto a Visma se viu obrigada a gastar energias cedo demais. "Tivemos de reagir demasiado cedo para neutralizar os ataques", explicou Van Aert. "Na última subida, já não estávamos a correr para a vitória, mas apenas para um lugar de honra".
Nem Van Aert nem Benoot conseguiram integrar a seleção final. No último quilómetro, Alaphilippe lançou o ataque explosivo na rampa de 17% e selou o triunfo, deixando o belga relegado para a 14ª posição.
Regresso aquém das expectativas
O GP de Quebeque marcou a primeira corrida de Van Aert desde a Volta à Alemanha, e embora o objetivo fosse testar forma e ritmo competitivo, o resultado ficou longe do desejado. "Hoje era definitivamente mais possível", admitiu. "Mas também tenho de reconhecer que simplesmente não tinha pernas para ganhar. Olho para trás com sentimentos contraditórios".
Com o GP de Montreal já no horizonte, a Visma terá de rever a abordagem se quiser contrariar o ritmo agressivo que a Emirates e outras equipas parecem determinadas a impor. Para Van Aert, será mais uma oportunidade de afinar sensações e procurar reencontrar-se com a frente da corrida.