A etapa 17 da Volta à França foi marcada por um grande desafio para os sprinters, incluindo
Tim Merlier. O belga, que já subiu ao pódio duas vezes nesta edição da Grand Boucle, tinha grandes expetativas para o dia, mas a chegada chuvosa a Valence acabou por ser um pesadelo para muitos ciclistas. Uma queda a poucos metros da linha de chegada impediu que o pelotão, incluindo Merlier, tivesse uma chance real de lutar pela vitória. Na linha de frente, Jonathan Milan aproveitou a situação para igualar o seu recorde de vitórias, enquanto o belga da
Soudal - Quick-Step teve que se contentar com mais uma oportunidade perdida.
Merlier, que já tinha estado envolvido em incidentes durante a etapa, não estava surpreso com a queda. "Posso fazer uma lista antes da corrida e dizer quem vai cair", comentou o sprinter, evidenciando a natureza imprevisível e arriscada das etapas de sprint. "Vou ter de dar mais uma vista de olhos, mas já sei alguns nomes", acrescentou, sugerindo que a pressão dos últimos quilómetros muitas vezes leva os ciclistas a ultrapassarem os limites.
Embora tenha enfrentado dificuldades, Merlier não deixou de refletir sobre a natureza do pelotão. "Alguns ciclistas estão simplesmente a ir um pouco além dos limites", disse ele, acrescentando que preferiria não ficar envolvido em situações caóticas. "A boa notícia é que hoje não me caí. Isso foram os outros."
Apesar de ter sido desviado várias vezes durante a etapa, Merlier ainda manteve a esperança de uma vitória até os últimos quilómetros. "Estava completamente descontrolado, caso contrário não teria havido nenhuma queda. Ainda tinha a sensação de que ia escapar", contou. No entanto, reconheceu que tomou decisões erradas, como ao entrar no lado errado numa rotunda. "A culpa foi minha, mas senti que ia fazer bem as coisas", disse.
Com um misto de emoções, Merlier refletiu sobre as oportunidades perdidas. "Perdi outra oportunidade, mas, por outro lado, mantive-me em pé. Felizmente, já tenho duas vitórias em etapas e posso olhar para a minha Volta à França com satisfação", afirmou.
Olhar para Paris não parece ser uma tarefa fácil para o ciclista belga. "Vai ser muito difícil. Vai ser uma corrida dura de três dias em que as minhas pernas não vão estar muito satisfeitas", comentou, com vista para as etapas dos Alpes. Mesmo assim, ele promete dar o máximo para conseguir terminar pela primeira vez Grand Boucle e chegar a Paris com um sorriso, certo de que a experiência adquirida será valiosa.