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Soudal - Quick-Step voltou a mostrar eficácia na
Volta a França, estando sempre bem colocados durante os abanicos e permitindo a
Tim Merlier somar a terceira vitória da formação belga nesta edição. Numa jornada marcada pela ameaça dos ventos cruzados e uma fuga notável da dupla da Alpecin-Deceuninck, o final foi favorável à estratégia delineada pela Wolfpack.
"Foi um thriller, mas com um belo final", resumiu Tom Steels, diretor desportivo da equipa,
em declarações ao Sporza. A emoção era visível na forma como recordava o espírito combativo do grupo. Steels não poupou elogios à prestação de Mathieu van der Poel e Jonas Rickaert, que tentaram surpreender com uma fuga a dois. "O duo da frente fez uma corrida incrivelmente dura", reconheceu, destacando o mérito da formação adversária.
Apesar da ameaça, a Quick-Step soube manter a compostura. Merlier, visivelmente determinado, não desperdiçou a oportunidade. "Senti uma certa tensão com o Tim Merlier. Raramente o vi assim. Hoje esteve muito bem", revelou Steels, apontando para uma motivação extra do campeão europeu.
A etapa não foi isenta de nervosismo. Com o pelotão a fracionar-se, Merlier e
Bert Van Lerberghe assumiram o controlo. "Juntamente com Bert, ele sentiu que o grupo da frente não era o melhor. O grupo não se separou e eles voltaram a afastar-se, mas felizmente havia algum apoio no final. E seguiu-se uma corrida de velocidade. Tiro o chapéu a toda a equipa", acrescentou Steels.
Também
Klaas Lodewyck, outro dos diretores desportivos da Quick-Step, destacou a tensão do dia. "Hoje foi um dia de suspense, mas com um bom final", comentou. "Achei que a situação era bastante boa, mas é óbvio que os líderes não foram perfeitos. Quando a diferença se tornou bastante grande, sentimos que a Lidl-Trek reagiu um pouco tarde. Rodámos para estarmos seguros na frente. Eles aguentaram bem, mas quando se está tão perto no final, não se pode hesitar. Esse pequeno esforço já não faz a diferença".
A presença de Remco Evenepoel na frente do grupo nos momentos de maior agitação foi um sinal claro da postura ativa da equipa, contrastando com o que se viu na semana anterior, quando o campeão olímpico perdeu tempo na etapa de Lille. "Eles aprenderam bem a lição depois do primeiro dia. Sabíamos onde o vento estava a soprar e conhecemos a zona. Temos de correr com ele para estarmos seguros", rematou Steels.