Remco Evenepoel apontou abertamente a estratégia que, por fim, quebrou a dominância de Tadej Pogacar na
Volta a França como o modelo que quer seguir em 2026, admitindo que hesitou em referi-la publicamente por respeito aos envolvidos.
“Fiquei um pouco receoso de o dizer no pódio, porque o Primoz estava ao nosso lado e todos sabemos como isso, infelizmente, correu”, disse Evenepoel, referindo-se à decisiva Volta a França de 2022 quando a Jumbo
Visma usou Jonas Vingegaard e Primoz Roglic em tandem para isolar Pogacar no Granon.
Em declarações ao In de Leiderstrui, o belga deixou claro que a lição dessa Volta continua a ser o guião mais nítido para quem quer desafiar o esloveno na maior corrida do calendário.
“Mas acho que é o melhor exemplo: dois corredores fortes, contra alguém que está sozinho, mas é muito forte”, salientou. “O Tadej também terá evoluído, mas esse exemplo do Jonas e do Primoz é como deve ser”.
Plano da Red Bull - BORA - Hansgrohe assente em liderança partilhada
Evenepoel e Lipowitz vão tentar destronar o domínio do campeão do mundo na Volta a França
As declarações de Evenepoel oferecem uma visão reveladora de como a Red Bull BORA Hansgrohe encara as ambições de longo prazo na Volta, após a sua mudança de grande impacto para a equipa. Em vez de centrar o desafio num único líder tudo ou nada, a ênfase está na força coletiva e na flexibilidade tática.
“Quem sente que pode ganhar uma Grande Volta quer ganhar a Volta”, declarou Evenepoel. “Não é segredo que o Pogacar tem estado excecional nos últimos anos, mas queremos aproximar-nos o mais possível e, com sorte, que resulte”.
Para Evenepoel, isso significa chegar à Volta com um bloco capaz de aplicar pressão constante, em vez de depender apenas do brilhantismo individual.
“Para nós, é importante começar este ano com uma equipa forte, para que possamos provar-nos com vista ao futuro”, acrescentou.
Perfis distintos, mesmo objetivo
Um elemento-chave desse pensamento é a parceria com Florian Lipowitz, um corredor cujas características diferem notoriamente das de Evenepoel.
“Eu e o Florian somos diferentes”, defendeu Evenepoel. “Mas dois perfis distintos encaixam bem nesse aspeto”.
Em vez de ver perfis contrastantes como fraqueza, Evenepoel acredita que podem sustentar uma abordagem à Volta mais imprevisível e resiliente, semelhante à que acabou por desgastar Pogacar em 2022.
“E vamos tentar isso noutras corridas também”, disse, apontando provas como a Volta à Catalunha como oportunidades para testar cenários de liderança partilhada antes da Volta a França.
Respeito por Pogacar, mas convicção num novo caminho
As palavras de Evenepoel equilibram a admiração por Pogacar com a confiança num roteiro tático diferente para o sucesso. Reconhecendo que o esloveno continua a evoluir, mantém a convicção de que a única forma comprovada de o bater passa pela força coletiva, e não por duelos individuais.
“O Tadej também terá evoluído. Mas esse exemplo do Jonas e do Primoz é como deve ser”.
Resta saber se a
Red Bull - BORA - Hansgrohe conseguirá replicar essa fórmula, mas as palavras de Evenepoel deixam poucas dúvidas sobre a direção definida. O alvo está claro, o modelo está estabelecido e a crença, pelo menos, já está firmemente instalada.