Os Estados Unidos terão uma das equipas mais entusiasmantes no pelotão profissional masculino na próxima época. A estreia do novo projeto apoiado pela lenda do ciclismo norte-americano
George Hincapie é aguardada por todos os adeptos.
A Modern Adventure Pro Cycling quer devolver às estradas algo que tem faltado no pelotão: uma plataforma de transição para o desenvolvimento de talento (norte-)americano.
Mas, antes de começar a competir, o projeto precisava de ser
aprovado pela UCI; o que aconteceu na quarta-feira. “Não creio que algum de nós tivesse dúvidas”, disse Joey Rosskopf, estreante no cargo de diretor desportivo, ao
Cyclingnews sobre o anúncio da UCI relativo às equipas de 2026. Explicou que o calendário de 2026 pode agora ganhar forma mais definida.
A confiança na concretização do sonho sempre foi total e, por isso, a nova formação já se juntou para um estágio em Greenville, Carolina do Sul, na semana passada. Embora haja novo encontro em Espanha em janeiro, esta poderá ter sido a última oportunidade, antes do final da época de 2026, para reunir todos no mesmo local.
“Esta equipa tem cinco ciclistas do hemisfério sul, é provável que alguns fiquem em casa em janeiro”, disse Rosskopf, referindo-se aos que devem competir nos nacionais em casa: Nova Zelândia (Paul Wright e Ben Oliver), Colômbia (Samuel Florez) e África do Sul (Byron Munton e
Stefan de Bod).
Byron Munton venceu na Senhora da Graça e terminou em 3º na Volta a Portugal 2025
Calendário
Sendo uma equipa totalmente nova ao nível UCI, sem historial prévio a nível Continental, um dos grandes desafios para 2026 é criar infraestrutura. Não só material, mas sobretudo contactos com organizadores. Muitos preferem convidar as mesmas equipas ano após ano. Outros darão prioridade a formações mais estabelecidas em detrimento da “desconhecida” equipa norte-americana, especialmente na Europa.
Ainda assim, Rosskopf assegura que a receção nos bastidores do ciclismo tem sido maioritariamente positiva: “Diria que temos cerca de 75% das nossas corridas confirmadas, o que é bastante para começar, especialmente para uma equipa de primeiro ano. Muitos organizadores deram-nos feedback muito positivo. Claro que a licença oficial da UCI era provavelmente a peça em falta para alguns outros organizadores”.
“Todos estão muito entusiasmados com o arranque da época, mas é também um encargo maior do que aquele que a maioria das equipas de segunda divisão assume, ao tentarmos encaixar algumas provas do calendário nacional e marcar presença noutros locais que não apenas competir em França, ou o que seja. Os norte-americanos vão esquecer-se de nós rapidamente se não continuarmos a aparecer”.
Dos 21 nomes no plantel da Modern Adventure Pro Cycling, apenas 7 trazem experiência ao nível profissional, com muitos a saltarem diretamente do escalão amador. É claro que, para cada corredor, esta será uma grande oportunidade para mostrar qualidades.
Há um ponto seguro: os convites para provas nos Estados Unidos. Mas a lista não é longa; Maryland Classic, Philadelphia Classic e a Tour of the Gila. Por isso, embora as equipas Pro Team não possam normalmente competir a nível amador, a formação está a pedir uma exceção para correr a Redlands Bicycle Classic, uma tradicional corrida por etapas na Califórnia.
“Como ProTeam, estamos a contactar para confirmar a possibilidade de Redlands. Em teoria, devemos fazer apenas corridas UCI, basicamente. É só uma prova do calendário nacional, mas faz parte histórica do pipeline de desenvolvimento americano, e todos a fizemos quando éramos mais novos. Temos muitos jovens e corredores baseados nos EUA. E queremos ter presença nos Estados Unidos”.