Tom Paquot sem equipa após fusão Intermarché-Lotto: “Soube de tudo pela imprensa”

Ciclismo
quarta-feira, 29 outubro 2025 a 12:45
Tom Paquot
Depois de alguns anos a destacar-se no circuito belga, Tom Paquot alcançou o patamar máximo em 2023, quando se juntou à Intermarché - Wanty. O ciclista de 26 anos parecia ter assegurado o futuro, com uma promessa de renovação de contrato feita em maio de 2025. No entanto, essa promessa nunca se concretizou, e o belga encontra-se agora sem equipa, a poucos meses do início da nova temporada.
“Em maio, cheguei a um acordo com a direção da equipa para continuar. Mas, infelizmente, o contrato nunca me foi enviado. A 15 de julho, apercebi-me que não ia acontecer”, contou Paquot ao La Dernière Heure. “Não sou ingénuo: nessa altura, mais de quarenta ciclistas já tinham contratos até 2026.”
A falta de comunicação dentro da estrutura da Intermarché foi um tema recorrente, agravado pelos rumores e pela fusão inesperada com a Lotto Dstny, que apanhou muitos ciclistas de surpresa.
“Ouvi falar pela primeira vez dos planos de fusão na imprensa, tal como toda a gente”, revelou Paquot. “No início não estava muito preocupado. Pensei que não ia dar em nada, como aconteceu com a Quick-Step e a Team Visma | Lease a Bike há dois anos. Mas a fusão tornou-se rapidamente uma realidade. Tenho de agradecer aos jornalistas: sem eles, não teríamos sabido de nada.”

“Nunca mais falei com a direção”

O belga não esconde a desilusão com a forma como o processo foi gerido pela equipa. Sentiu-se deixado à margem e sem informação, num momento em que o seu futuro dependia de uma simples assinatura.
“Não tinha ilusões na altura. Desde então, nunca mais falei com a direção. Não houve qualquer comunicação, o que alimentou a incerteza”, lamenta. “Uma fusão leva sempre tempo, e penso que se deve concluir uma coisa destas antes de 2027. Dessa forma, as pessoas ainda têm tempo para se prepararem. Agora, toda a gente está encostada à parede.”
A ausência de respostas e a indefinição sobre o novo projeto deixaram Paquot numa posição delicada. Com as equipas já a fechar os plantéis para 2026, o espaço no pelotão está cada vez mais limitado.

Lealdade que saiu cara

Paquot admite que recusou ofertas de outras equipas, confiando plenamente no projeto da Intermarché - Wanty. Essa lealdade acabou por o deixar sem alternativas imediatas.
“Tinha fé no projeto do Intermarché-Wanty. Talvez tenha sido um erro meu, mas agora não posso voltar atrás”, reconhece. “Como domestique, é muito difícil encontrar uma equipa. Se olharem para os meus resultados, podem pensar que não, mas o meu papel é muito mais vasto.”
O ciclista de Rocourt destaca o seu trabalho coletivo e experiência como gregário, funções muitas vezes invisíveis nos resultados, mas essenciais para o sucesso das equipas.
Apesar da situação difícil, mantém o otimismo:
“Com a minha experiência no WorldTour, seria ótimo se eu tivesse a oportunidade de mostrar o verdadeiro Tom Paquot em algum lugar. Trabalhei muito para os outros nos últimos anos, mas agora quero mostrar o meu verdadeiro eu e correr de forma agressiva.”

Um futuro ainda em aberto

A fusão entre Intermarché e Lotto abriu uma nova estrutura, mas deixou vários ciclistas pelo caminho. Paquot lamenta não ter sido incluído no novo projeto, especialmente por ter afinidades pessoais e profissionais com vários atletas da Lotto.
“Se surgir uma oportunidade de continuar com a equipa resultante da fusão, eu diria que sim”, afirmou. “Fazer parte do projeto de Arnaud De Lie seria fantástico. Ainda é muito cedo para virar a página, mas se tiver de parar de correr, fá-lo-ei sem arrependimentos.”
Com a época a aproximar-se e os primeiros estágios de pré-temporada no horizonte, Paquot continua à procura de uma equipa que lhe devolva o espaço e a confiança que perdeu. O talento está lá, a experiência também, falta apenas o contrato que nunca chegou.
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