Tom Pidcock revela que João Almeida lhe pediu desculpa por lhe ter dito para "ganhar tomates"

Tom Pidcock continua a ser uma das revelações da Volta a Espanha 2025, mostrando regularidade e confiança no seu primeiro verdadeiro teste à classificação geral de uma Grande Volta. Depois do momento de tensão vivido na 9ª etapa, em Valdezcaray, quando João Almeida lhe proferiu palavras duras no calor do momento da perseguição a Jonas Vingegaard, o britânico da Q36.5 Pro Cycling Team confirmou que recebeu um pedido de desculpas do português.

"Ele pediu desculpa pelas suas palavras, mas eu não levo nada a peito", contou Pidcock à Eurosport, após a etapa 10 em Larra Belagua. "Foi no calor do momento. Também já disse coisas às pessoas antes, por isso não tenho ressentimentos".

Na subida de Valdezcaray, Almeida pressionou com ritmo elevado após o ataque de Vingegaard, mas não conseguiu descolar Pidcock, que recusou aumentar o esforço alegando falta de pernas para colaborar. Irritado, o português acusou-o de precisar de "ganhar tomates". Pidcock, por seu lado, respondeu: "Se abrandares um pouco, consigo acompanhar-te e revezar-me."

Dois dias depois, a tensão dissipou-se. Ambos chegaram lado a lado na 10ª etapa, onde Jay Vine brilhou na fuga e Vingegaard recuperou a camisola vermelha, enquanto os homens da geral chegaram juntos.

Se no domingo Pidcock já tinha impressionado ao ser o único capaz de seguir Almeida na perseguição inicial a Vingegaard, em Larra Belagua voltou a confirmar a consistência que tem marcado a sua Vuelta.

"Estou a sentir-me muito bem", disse o britânico de 26 anos. "Depois da performance que tive antes do dia de descanso, isso enche-me de confiança. Hoje também me senti bem, por isso, quanto mais dias assim tiver, mais forte fico."

A velocidade da etapa surpreendeu o pelotão, mas não abalou a confiança do líder da Q36.5: "Sabíamos que a subida ia ser muito dura, mas foi ainda mais rápida do que o previsto. No fim, não foi tão mau quanto esperava."

Com Torstein Traeen a perder tempo, Pidcock aproximou-se do top 3 da classificação geral, mantendo-se firme nos movimentos de Almeida e mostrando-se imune às acelerações rivais.

O britânico reconheceu ainda que o seu planeamento para 2025 foi determinante. "Sabíamos que o Giro era uma possibilidade, mas eu não queria sacrificar o meu programa das Clássicas. O Giro teria sido demasiado. Não estava fresco, não estava preparado. Mas aqui é diferente."

Com moral em alta e pernas firmes, Pidcock encara agora as próximas etapas com ambição crescente. Ainda sem ataques explosivos, mas com uma regularidade que lhe pode valer o primeiro pódio de carreira numa Grande Volta.