A carreira profissional de Mathis Le Berre ganhou uma tábua de salvação, com a
TotalEnergies a avançar para assegurar o francês para a temporada de 2026 após o colapso do
projeto WorldTour da Arkea.Depois de semanas de incerteza em torno do futuro da Arkea, a estrutura francesa encerrou formalmente portas, deixando grande parte do plantel à procura de novos contratos já tarde na janela de transferências.
Para Le Berre, que tinha feito toda a carreira profissional na equipa, a situação deixou o futuro em suspenso até à confirmação da TotalEnergies, na sexta-feira.
A mudança garante continuidade a um dos trepadores franceses mais discretos mas em evolução constante, reforçando ao mesmo tempo o compromisso da TotalEnergies em construir um plantel integralmente francês, assente na profundidade e não em contratações sonantes.
De projeto de longo prazo na Arkea a incerteza súbita
Le Berre integrou a estrutura da Arkea desde a passagem a profissional, progredindo pela via de desenvolvimento da equipa até chegar ao WorldTour. Essa continuidade foi abruptamente interrompida quando as dificuldades financeiras prolongadas da Arkea culminaram no encerramento total, deixando os corredores em suspenso e com opções limitadas.
Enquanto vários ex-colegas continuam sem clareza quanto ao futuro, Le Berre evitou ser apanhado pelo timing e pelas restrições do mercado. A mudança para a TotalEnergies permite-lhe manter-se ao nível WorldTour e continuar a evoluir sem ter de descer de escalão ou assumir um papel interino noutra equipa.
A contratação é igualmente significativa pelo momento em que acontece, com a maioria dos plantéis de 2026 já próximos de fechados.
Um ambiente totalmente francês na TotalEnergies
Na TotalEnergies, Le Berre junta-se a um alinhamento exclusivamente francês, um traço que tem marcado a identidade da equipa nas últimas épocas. Irá correr ao lado de nomes como Jordan Jegat, top 10 na
Volta a França, do ex-vencedor de etapa na prova Anthony Turgis, e do sprinter consolidado Jason Tesson.
A estrutura oferece a Le Berre um percurso claro em corridas por etapas e funções de apoio em alta montanha, além de oportunidades para mirar clássicas domésticas de um dia que combinam com o seu perfil.
Le Berre estreou-se este verão na Volta a França, um marco significativo mesmo sem resultados expressivos. A sua época passou em grande medida sem performances de grande destaque, salientando-se o quinto lugar na La Polynormande como melhor resultado.
Contudo, no contexto de uma equipa a operar sob crescente instabilidade, as expectativas foram inevitavelmente moderadas. A mudança para a TotalEnergies oferece agora um reset, tanto de ambiente como de ambição, enquanto Le Berre procura transformar a progressão consistente em resultados mais visíveis.
Com o futuro profissional assegurado, 2026 deixa de ser sobre sobrevivência e passa a ser sobre dar o próximo salto em frente.