Tom Pidcock tornou-se viral esta semana após participar num ousado teste de velocidade promovido pela Red Bull. No
vídeo, o ciclista britânico da
Q36.5 Pro Cycling Team surge preso por uma corda elástica à traseira de uma bicicleta de montanha durante uma descida, atingindo velocidades impressionantes de até 115 km/h. No entanto, a experiência arriscada está agora a ser alvo de críticas por parte de colegas do pelotão profissional.
Entre os mais vocais está o campeão nacional italiano
Alberto Bettiol, da
XDS Astana Team, que questionou abertamente o conteúdo divulgado. Ao comentar o vídeo publicado no Instagram da Red Bull, Bettiol escreveu num tom manifestamente sarcástico: "Bela maneira de patrocinar a 'segurança' na bicicleta".
A publicação rapidamente gerou debate. Um adepto respondeu ao italiano, tentando atenuar a crítica: "Tenho a certeza que já correste riscos maiores em descidas em direto na televisão...". A resposta de Bettiol foi rápida e incisiva: "Sim e agradeço à vida por ainda estar vivo. Mas de certeza que não o vou patrocinar".
À medida que a discussão prosseguia nas redes sociais, Bettiol reforçou a sua posição, sublinhando os riscos inerentes ao ciclismo profissional. "O ciclismo já é um desporto extremamente perigoso, mesmo sem fazer esse tipo de coisas", comentou. "Especialmente nos dias em que nós, ciclistas profissionais, nos lembramos do falecimento de Gino Mäder há dois anos".
Mäder faleceu tragicamente após um acidente numa descida a alta velocidade durante a Volta à Suíça de 2023. Desde então, tem sido lembrado com tributos contínuos, como o movimento #RideForGino criado pela sua antiga equipa, a Bahrain - Victorious. Esta semana, precisamente no aniversário do seu acidente, foi inaugurado um monumento em sua memória durante a Volta à Suíça, intensificando o simbolismo da ocasião.
Neste contexto, o momento da divulgação do vídeo de Pidcock e da Red Bull surge como particularmente controverso. A ousadia da ação foi questionada por muitos, não apenas pelo risco envolvido, mas também pelo timing considerado infeliz por vários elementos do pelotão.