A Itália tem sido, historicamente, uma potência incontornável no ciclismo mundial. Mesmo na década de 2020, marcada pela ascensão de países como a Eslovénia, Dinamarca ou Bélgica, o peso histórico e a profundidade do ciclismo italiano mantêm-se inquestionáveis. Por isso, é surpreendente que só este sábado, em Laval, tenha chegado a primeira vitória italiana na
Volta a França… em seis anos.
"Ainda estou a processar o que fizemos. Viemos para a corrida com expectativas e sonhos, mas concretizá-los é outra coisa", confessou
Jonathan Milan, visivelmente emocionado após a etapa. "Ainda assim, confio muito na equipa e já tínhamos estado perto numa etapa anterior."
O sprinter da
Lidl-Trek não esqueceu o trabalho do seu bloco, mas a realidade é que, num final em subida e caótico, Milan esteve mais sozinho do que o habitual. A aproximação à meta foi extremamente técnica e com muitas curvas, o que dificultou a presença dos lançadores no momento decisivo. A maioria dos sprinters teve de improvisar e foi nesse caos que o italiano de 24 anos mostrou maturidade, sangue frio e leitura perfeita de corrida.
Milan colou-se à roda de Kaden Groves, aproveitando o lançamento do australiano como referência para lançar o seu próprio sprint com uma potência brutal. Resultado: a primeira vitória no Tour, num sprint exigente e disputado até ao último metro. “Os rapazes fizeram um grande trabalho no final. Foi uma chegada dura, tensa e tive de esperar pelo momento certo. Adoro este tipo de sprint. Merecemos esta vitória.”
Wout van Aert ainda tentou surpreender vindo de trás, mas não teve argumentos para bater Milan. O italiano, que veste também a camisola verde da classificação por pontos, destacou o significado do triunfo. “O nível aqui é altíssimo, todos merecem vencer. E nós também. Estou muito feliz pela equipa. Ganhar com a camisola verde tem um enorme significado para mim e para Itália. Vamos ver o que conseguimos fazer amanhã e depois tentamos de novo. Espero ainda levar mais vitórias para casa.”