Ben Healy esteve a escassos metros de conquistar a sua segunda vitória de etapa na
Volta a França 2025. No entanto, um homem e uma montanha impediram-no:
Valentin Paret-Peintre, empurrado por uma multidão eufórica nas encostas do Mont Ventoux, deu tudo até à meta e ultrapassou o irlandês nos metros finais, deixando Healy com um amargo segundo lugar.
"Eu sabia que estava em muito boa forma neste Tour, por isso o plano era apenas subir o Ventoux o mais forte possível", afirmou Healy após a chegada. "Mantivemos um bom ritmo no grupo no início, mas foi difícil coordenar. Eu disse: vamos apanhar o Mas primeiro e depois podemos jogar o jogo. Acabámos por fazer isso até ao fim, porque no topo, com aquele vento contrário, era mais difícil ganhar terreno".
O corredor da
EF Education-EasyPost revelou que conhecia bem o perfil da chegada ao Mont Ventoux e tentou usar essa informação a seu favor, atacando na altura certa e posicionando-se estrategicamente para a última curva.
"Eu sabia da curva fechada à direita nos últimos metros; queria distanciar-me de Paret-Peintre antes disso", explicou o irlandês, descrevendo os momentos decisivos da etapa.
Contudo, mesmo com uma leitura tática inteligente da subida final, não foi suficiente para travar o ímpeto de Valentin Paret-Peintre. Healy liderou a corrida até muito perto da meta, mas os últimos cem metros tornaram-se um tormento.
"Consegui, mas os últimos cem metros pareceram incrivelmente longos. Ele tinha as melhores pernas na última investida e conseguiu passar-me", lamentou Healy, que chegou a sonhar com nova glória em solo francês.
Apesar da frustração, o irlandês reconhece que poderia ter feito diferente, sobretudo nas partes mais inclinadas da subida. Uma lição aprendida numa das montanhas mais míticas do ciclismo mundial.
"Em retrospetiva, devia ter puxado um pouco mais nas secções mais íngremes; tinha definitivamente pernas para isso. Mas, de qualquer forma, não consegui [ganhar]", admitiu, com honestidade, no final da etapa.
Ainda assim, Healy não saiu de mãos a abanar. A sua bravura foi recompensada com uma subida na classificação geral: ocupa agora o 9º lugar, após ultrapassar
Carlos Rodriguez (INEOS Grenadiers). E os olhos já estão postos num novo objetivo.
O próximo nome na lista é
Tobias Johannessen (Uno-X Mobility), que continua ao alcance do irlandês. Healy promete não baixar os braços e tudo fará para continuar a escalar posições, enquanto a Volta a França entra na decisiva fase alpina.