Hiperventilação trava Nieuwenhuis e afasta-o das medalhas no Europeu de Ciclocrosse

Ciclocrosse
domingo, 09 novembro 2025 a 20:30
Joris Nieuwenhuis
O Campeonato da Europa de Ciclocrosse em Middelkerke deveria ser o dia da afirmação definitiva de Joris Nieuwenhuis entre a elite da modalidade. Em vez disso, o holandês de 29 anos viveu uma tarde de frustração e angústia, travado não pela areia pesada ou pelos rivais, mas pela incapacidade de respirar.
Vencedor nas últimas semanas do Rapencross de Lokeren e da ronda de Heerderstrand do Superprestige, Nieuwenhuis chegava à costa belga como um dos grandes candidatos ao título. Mas desde as primeiras voltas percebeu que algo não estava bem.
“Já na segunda volta percebi que não estava num bom lugar”, explicou ao In de Leiderstrui. “Estava com dificuldades em respirar e comecei a hiperventilar. Não conseguia respirar corretamente pelo estômago e não conseguia passar as secções de areia. Foi um dia mau para todos.”
Enquanto Toon Aerts, Thibau Nys e Joran Wyseure disputavam o ouro na frente, o holandês da Ridley Racing Team estava em dificuldades simplesmente para manter o ritmo. No final, cruzou a linha de meta em 15º lugar, a 1:50 do vencedor, um resultado que contrastou com o seu recente estado de forma.

“Não consegui ir ao fundo”

Nieuwenhuis, um dos ciclistas mais consistentes da época até agora, descreveu a sensação de impotência que o acompanhou durante toda a corrida.
“Não consegui ir ao fundo, e quando isso acontece tudo se desmorona”, lamentou. “É incrivelmente dececionante. Tinha-me preparado para isto durante meses e era uma grande oportunidade de me tornar campeão europeu, mas tenho de aceitar o resultado e seguir em frente.”
De acordo com a equipa, os problemas respiratórios poderão estar ligados ao frio intenso e à tensão pré-corrida, fatores comuns nas provas disputadas junto à costa. Apesar do susto, o holandês mostrou serenidade e determinação para deixar o episódio para trás.

“Na terça-feira voltamos a jogar”

Com o olhar já voltado para o futuro, Nieuwenhuis confirmou que alinhará em Niel, na próxima terça-feira, para defender a sua liderança na classificação do Troféu X2O.
“A vida é assim, nem sempre corre como queremos”, afirmou. “Podia sentir pena de mim próprio, mas isso não vai ajudar. Na terça-feira, voltamos a jogar.”
Foi uma resposta madura de um ciclista que, apesar do contratempo, se consolidou nos últimos meses como o novo rosto do ciclocrosse neerlandês. A forma como lidou com o revés em Middelkerke reforça a imagem de um atleta que combina talento com autocrítica, e que sabe que as derrotas também moldam as vitórias.

Um lembrete sobre os limites humanos

A corrida de Nieuwenhuis foi um exemplo raro da vulnerabilidade física num desporto de resistência extrema. O esforço prolongado na areia pesada e o vento marítimo tornaram Middelkerke num campo de prova implacável. Mesmo os ciclistas mais fortes podem ser surpreendidos pelos sinais do corpo quando o ritmo e a pressão atingem o limite.
Para o holandês, que passou o último outono a confirmar-se como o sucessor natural de Lars van der Haar e o principal rival dos belgas, Middelkerke será um episódio a esquecer, mas também uma lição valiosa.
“Há dias em que o corpo simplesmente diz não. O importante é perceber isso e continuar”, resumiu no final.
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