Thibau Nys vence corridas, dita tendências e faz manchetes e, segundo o antigo campeão do mundo de ciclocrosse
Bart Wellens, essa combinação de rendimento e personalidade está a gerar um rasto de inveja no resto do pelotão de ciclocrosse.
Depois da mais recente exibição dominante de Nys em Tabor, Wellens não contornou a corrente crescente em torno do campeão nacional belga. "Percebo que outros corredores às vezes sintam alguma inveja do Thibau",
disse ao Het Nieuwsblad, sugerindo que a tensão nasce tanto da visibilidade como dos resultados.
Wellens considera a explicação simples: Nys destaca-se, tanto na bicicleta como na forma como se apresenta. Das escolhas arrojadas de equipamento às tatuagens distintivas, passando pela homenagem nostálgica ao pai,
Sven Nys, com o capacete verde e os óculos laranja em Tabor, Nys tornou-se uma das figuras mais reconhecíveis da modalidade. Esse perfil, e a atenção que arrasta, não é consensual no grupo.
Nys foi campeão da Europa em ciclocrosse em 2024
Um corredor que mantém o ciclocrosse em foco
O que alguns podem ver como exibicionismo, Wellens enquadra como crucial para a saúde do ciclocrosse a longo prazo. "Cabe aos outros apresentarem-se da mesma forma", defendeu, notando que Nys e a sua equipa sabem perfeitamente como o manter no centro das atenções. Apontou até que, após a corrida de domingo, as quatro primeiras notícias de ciclocrosse no site da Sporza eram todas sobre Nys, exatamente o tipo de exposição que os corredores ambicionam.
E, para Wellens, é precisamente por isso que Nys é indispensável neste momento. "Disse antes da época: são corredores como o Nys que precisamos para manter o cross quente", prosseguiu.
A alternativa, no seu entender, é uma disciplina dominada por vencedores discretos que pouco dizem, pouco fazem e têm dificuldade em conquistar o público. "Sobre o que é que escreves? Alguém como ele, não um corredor seco que aparece, ganha e depois não diz nem faz nada. Isso não nos serve".
Rendimento e personalidade - uma combinação rara
Crucialmente, Wellens sublinhou que Nys sustenta a imagem com rendimento de elite. "Atuar a esse nível e depois ter essa atitude, é incrivelmente impressionante", afirmou.
Para ele, a mistura de carisma, branding e resultados duros não é arrogância, mas valor acrescentado: a versão moderna de um corredor que entende que o desporto profissional vai além dos watts.
À medida que Nys continua a dominar as manchetes, e as corridas, Wellens espera que a inveja persista, talvez até cresça. Mas, aos seus olhos, essa reação apenas sublinha a força da presença de Nys dentro da modalidade. O ciclocrosse, argumenta, precisa de personagens, não só de campeões. E, neste momento, Nys é claramente ambos.