A Volta a França de 2025 ficou marcada, na sua primeira segunda-feira de competição, por um verdadeiro terramoto no pelotão WorldTour. Após 28 anos de parceria, a AG2R La Mondiale cedeu o controlo da equipa que tem patrocinado desde 1998 à Decathlon, que assume agora a propriedade da formação francesa. A notícia, avançada pelo
L’Équipe, promete mudar radicalmente o futuro da estrutura.
Com a compra da empresa France Cycling, até aqui detida pela AG2R La Mondiale, a Decathlon passa a controlar os destinos da equipa, embora o novo nome ainda não tenha sido oficialmente revelado. O que já é claro é a ambição do novo projeto: tornar a formação numa referência do WorldTour. “O nosso primeiro objetivo é ficar entre os cinco primeiros do ciclismo mundial e, se possível, subir ao pódio. Queremos ganhar a Volta a França até 2030, o mais tardar”, afirmou Dominique Serieys, diretor-geral da equipa, num comunicado forte e determinado.
Para alcançar essa meta, os investimentos não se farão esperar. O canal desportivo francês que divulgou a operação adianta que está em curso uma procura avançada por um novo copatrocinador, com o objetivo de elevar o orçamento da equipa para mais de 40 milhões de euros, valores que a colocariam num patamar competitivo com as maiores potências do ciclismo mundial.
E as mudanças no plantel já estão em marcha. Segundo notícias recentes, a equipa prevê reformular profundamente o grupo de ciclistas no defeso, com a saída de pelo menos dez corredores. O projeto gira em torno de reforçar o bloco com nomes de peso nas Grandes Voltas, nas clássicas e nos sprints.
A jovem promessa portuguesa Paulo Seixas, uma das grandes apostas da equipa para o futuro, deverá ter um papel importante nas ambições gerais da nova estrutura. Mas o mercado aponta também para a chegada de nomes consagrados. Olav Kooij, velocista da Visma-Lease a Bike, e o experiente Tiesj Benoot, também da formação neerlandesa, são dois dos alvos apontados para 2026.
A ambição da Decathlon não se limita, portanto, às classificações gerais. As clássicas e os sprints em massa são também áreas prioritárias para reforço. A estratégia é clara: construir uma equipa versátil, capaz de disputar vitórias em todos os terrenos.
Com o anúncio do novo patrocinador previsto ainda durante esta Volta a França, a revolução da agora ex-AG2R La Mondiale está apenas no início. A entrada da Decathlon como proprietária marca o fim de uma era histórica, mas também o começo de uma nova, mais ousada e voltada para o topo do ciclismo mundial. A batalha para conquistar Paris, no pódio dos Campos Elísios, começou agora.