Atualização do Ranking de Equipas UCI: UNO-X garante licença World Tour. Cofidis é despromovida

A UCI publicou a classificação final trienal (2023-2025) após o encerramento da época, incluindo as últimas corridas asiáticas: Volta a Guangxi e Japan Cup Road Race, as italianas Giro del Veneto e Veneto Classic, a Volta à Holanda e o Crono das Nações. O balanço define o panorama do ciclismo mundial para o próximo ciclo de três anos, 2026-2028, determinando quais as 18 equipas que manterão o estatuto WorldTour e quais serão promovidas ou despromovidas.

E a principal notícia é histórica: a Uno-X Mobility garante, pela primeira vez, um lugar entre a elite do ciclismo, enquanto duas formações francesas, Cofidis e Arkéa - B&B Hotels, perdem a licença WorldTour.

As duas equipas francesas ficaram fora do top 18, encerrando um ciclo de baixo rendimento desportivo e dificuldades financeiras.

A Cofidis, que em 2023 somou 10.437 pontos UCI, caiu drasticamente nas duas temporadas seguintes, sendo ultrapassada por várias equipas, incluindo a norueguesa Uno-X nas derradeiras semanas da época de 2025.

Já a Arkéa - B&B Hotels nunca conseguiu atingir o nível competitivo exigido. Mesmo com participações nas Grandes Voltas e outras grandes corridas, a equipa não conseguiu transformar essas oportunidades em resultados, terminando a mais de 3.000 pontos do 18º posto.

As dificuldades económicas agravaram o cenário. Sem licença World Tour e incapaz de atrair novos patrocinadores, a estrutura bretã será encerrada no final de 2025, uma perda significativa para o pelotão francês, mas infelizmente repetida na história recente do ciclismo.

No lado oposto do espectro, a Uno-X Mobility faz história. A equipa escandinava terminou em 19º lugar, logo à frente da Cofidis e da Arkéa, com 10.816 pontos, e beneficiou diretamente da fusão entre as belgas Lotto e Intermarché-Wanty.

Essas duas equipas, que terminaram respetivamente em 12º e 18º lugares, decidiram unir forças antes da época de 2026, libertando assim uma das licenças World Tour. A vaga foi automaticamente atribuída à Uno-X, a nova equipa norueguesa entre a elite, que passará a competir com acesso garantido à Volta a França, Volta a Itália e Volta a Espanha.

“Um feito histórico e merecido para o ciclismo norueguês”, sublinham os observadores, destacando a consistência da Uno-X no triénio e a sua aposta clara em talentos nórdicos.

Com a fusão da Lotto e da Intermarché-Wanty, e a queda das duas equipas francesas, duas novas formações entram no círculo World Tour para o ciclo 2026-2028.

A Lotto, apesar de uma época modesta com 6.547 pontos e um abandono precoce na Volta a Itália, mantém o estatuto graças ao novo enquadramento.

Já a Israel-Premier Tech confirma a sua presença sólida entre a elite, fruto de três épocas consistentes que culminaram num confortável 13º lugar geral. A equipa, contudo, enfrenta uma reestruturação de imagem, abandonando o nome “Israel” por motivos políticos e de segurança, com a nova designação a ser revelada nas próximas semanas.

No topo do ranking, a UAE Team Emirates - XRG voltou a dominar de forma absoluta, terminando o ciclo com 109.173 pontos, muito à frente da Team Visma | Lease a Bike (72.939) e da Lidl-Trek (55.311).

A diferença abismal evidencia o desequilíbrio crescente no pelotão internacional, com as super-equipas a monopolizar resultados e pontos. Atrás delas surgem a Soudal Quick-Step, INEOS Grenadiers e Red Bull-BORA-hansgrohe, num top-6 que mostra a clara hierarquia do World Tour.

A Tudor Pro Cycling Team foi uma das grandes revelações do ciclo. A formação suíça, impulsionada pelo investimento de Fabian Cancellara, multiplicou por quase quatro a sua pontuação em três anos: de 2.766 pontos em 2023 para 10.026 em 2025.

Com reforços de peso (como Marc Hirschi, Julian Alaphilippe e Michael Storer) e uma estrutura cada vez mais sólida, a equipa helvética está a um passo da elite e é considerada forte candidata à promoção em 2029, quando o próximo ciclo UCI for reavaliado.

O fecho da classificação 2023-2025 marca uma transição significativa no equilíbrio do ciclismo mundial. A ascensão da Uno-X Mobility, a queda das estruturas francesas e o reforço das super-equipas desenham um novo mapa competitivo.

Se o futuro do pelotão parecer cada vez mais concentrado, há também sinais de renovação, com equipas emergentes, como a Uno-X e a Tudor, a demonstrar que ainda há espaço para novos protagonistas no topo do desporto.