Chris Froome continua a correr com uma motivação que talvez seja difícil de compreender para alguns. Mas o britânico deixa claro que o faz por si próprio e que está grato pela segunda oportunidade que teve no desporto, referindo mesmo que 2025 pode não ser o seu último ano no pelotão.
"Não é 100% certo que vou parar no final de 2025, isso depende muito de como estou a correr daqui até lá. Mas fazer 2024 e 2025 é o mínimo", admitiu Froome numa entrevista à Gazetta dello Sport. Froome tem contrato com a equipa israelita até ao final de 2025, mas não fixa uma data para pendurar as rodas. Em 2024, a sua visão também é clara: "Neste momento, a opção do Giro d'Italia não está em cima da mesa. O objetivo principal continua a ser regressar à partida da Volta à França e na melhor forma possível".
Froome teve uma época difícil em 2023 e falou também de alterações nos detalhes da sua bicicleta, às quais nem todos reagiram positivamente. O chefe de equipa
Sylvan Adams também teve algumas palavras menos boas para o britânico, colocando dúvidas sobre as tais mudanças na bicicleta, dizendo que isso não o faria correr Grandes Voltas, de repente. Ficou no ar uma ideia de enxovalhamento, mas Froome não acha que tenha sido essa a intenção
"Na verdade, falo muito com o Sylvan. Mas compreendo a pergunta. É fácil ficar com uma ideia errada quando certos comentários surgem nos media", responde. "Honestamente, muito do que ele disse foi extravasado. Mas a realidade é que somos muito próximos. Não há problemas entre nós."
Também se argumenta que a carreira de Froome teve um declínio e que é difícil compreender porque é que ele continua no pelotão. O antigo vencedor do Tour não está nem perto do nível que já teve, mas é honesto ao dizer que a sua motivação vem de outro lado: "Compreendo perfeitamente essa perspetiva, mas será que posso explicar o meu ponto de vista? O que estou a fazer agora, estou a fazê-lo por mim e não por mais ninguém. Nem para os adeptos, nem para os jornalistas."
"Nunca olho para o meu passado com todas as vitórias. Arrisquei a minha vida e tive de recomeçar do zero, aprendendo até a andar outra vez. Tive uma segunda oportunidade e tudo o resto que vier é um bónus. Continuo a seguir os meus sonhos e é por isso que estou grato à equipa em que estou. Quero terminar sem arrependimentos".