Aos 36 anos, o veterano italiano da
Movistar Team decide encerrar o seu percurso no ciclismo, após uma época exigente e sem renovação para 2026.
A época de 2025 marcou o fim de uma longa e sólida carreira para
Davide Cimolai. Aos 36 anos, o ciclista italiano confirmou que vai pendurar a bicicleta, encerrando um percurso de 16 temporadas no pelotão profissional. A decisão surge após o término do contrato com a Movistar Team, equipa que representou nos dois últimos anos.
“No início do ano tinha estabelecido o objetivo de correr também em 2026, mas tive uma época muito exigente, tanto física como mentalmente”, explicou Cimolai em declarações à
Tuttobiciweb. “Para me divertir e dar o meu melhor, preciso de estar a 100%, porque não sou um fenómeno e já tenho uma certa idade, mas este ano nunca atingi o nível que queria.”
O adeus de um sprinter fiável
Natural de Pordenone, Cimolai destacou-se ao longo da carreira como um sprinter regular, versátil e respeitado pelo pelotão. Estreou-se em 2010 pela Liquigas, antes de passar por formações como a Lampre-Merida, FDJ, Israel Start-Up Nation e mais recentemente a Movistar. Entre as suas vitórias mais marcantes estão etapas na Tirreno-Adriatico, na Volta à Catalunha e no Tour de l’Ain, além de inúmeros pódios em provas do calendário WorldTour.
“Teria gostado de passar mais um ano com a Movistar, mas a ideia de recomeçar num ambiente diferente não me interessa, sinceramente”, admitiu. “As corridas são cada vez mais cansativas e os treinos cada vez mais específicos. Desfrutei de 16 anos como profissional, estou em paz comigo mesmo. Não tenho mais nada a pedir.”
Apesar de não ter conquistado grandes vitórias nos últimos anos, Cimolai manteve um papel importante como homem de confiança nas chegadas em pelotão compacto, muitas vezes como lançador ou mentor de jovens sprinters.
Davide Cimolai despede-se do ciclismo com as cores da Movistar
Uma nova vida fora da bicicleta
Ainda que o italiano reconheça que 2025 deverá ser o seu último ano como profissional, não fecha totalmente a porta a um regresso ou a um papel diferente dentro do ciclismo.
“Estou a considerar algumas propostas do meio, mas diria que 2025 é o meu último ano como profissional”, revelou. “Continuar é uma possibilidade, sobretudo para ajudar os jovens. Mas com o passar do tempo, comecei a interessar-me por outras coisas, como a agricultura. Gostaria de tentar a minha sorte nesta área. Nasci e cresci numa bicicleta, mas há mais vida lá fora.”
Com o mesmo pragmatismo com que sprintava, Cimolai deixa o pelotão sem arrependimentos e com curiosidade pelo futuro.
“Sempre gostei de correr, gostaria de começar por uma meia maratona e, quem sabe, um dia participar na Maratona de Nova Iorque”, confidenciou o italiano.