“Com certeza, acho que tudo é possível”: Q36.5 confiante de que Tom Pidcock e Sam Bennett podem brilhar juntos

Ciclismo
sábado, 22 novembro 2025 a 21:00
TomPidcock
A transferência de Sam Bennett para a Q36.5 foi um dos temas centrais das semanas finais do mercado. O experiente irlandês, após duas épocas na Decathlon AG2R La Mondiale Team, muda de cores e representará a suíça Pinarello - Q36.5 Pro Cycling em 2026, com ambições renovadas de voltar a disputar a Volta a França.
Contudo, surgiram rapidamente dúvidas sobre como o sprinter irlandês poderá encaixar numa formação de Grande Volta ao lado de Tom Pidcock, que deverá continuar focado na geral. Segundo o diretor desportivo Kurt Bogaerts, a equipa não vê qualquer conflito.
"Sem dúvida. Acho que tudo é possível", disse Bogaerts ao Stickybottle, quando questionado se Bennett e Pidcock poderiam alinhar juntos no Tour. "Vejam como gerimos a Vuelta. Funcionou bem para o Tom e para os restantes. Não estávamos focados exclusivamente na geral ou no Tom".
bennett
Bennett é o 4º ciclista no ativo com mais vitórias na carreira
O técnico belga sublinhou que as necessidades de Pidcock são claras, mas geríveis. "O Tom precisa de um certo nível de apoio, e o importante é que os outros partilhem a mesma ambição. É uma questão de dedicação, de vencer e de querer ir à luta".

Uma dupla que pode relançar a fortuna de Bennett no Tour

A colaboração entre Bennett e Bogaerts remonta a uma década, aos tempos da An Post–Sean Kelly, onde o talento do sprinter despontou e onde cumpriu três épocas (2011-2013).
"É fantástico juntar-me à Q36.5 Pro Cycling Team na próxima época. A minha carreira foi lançada pelo Kurt Bogaerts, por isso sinto que fiz um caminho sinuoso de regresso a casa. Como sprinter, a minha carreira foi moldada pela procura de vitórias e tive a sorte de receber muitas grandes oportunidades para competir, e vencer, nas 3 Grandes Voltas", disse Bennett num comunicado no dia em que a sua contratação foi anunciada, em outubro.
Apesar de uma longa e bem-sucedida carreira, com 71 vitórias profissionais, Bennett correu a Volta a França apenas quatro vezes. O seu percurso no Tour foi irregular: repetidamente ofuscado na Bora-Hansgrohe pela liderança de Peter Sagan, travado por lesão em 2021 e fora das convocatórias em 2022, 2023 e 2025. O auge chegou em 2020, no seu melhor período, com duas etapas e a camisola verde.
Esse histórico torna a garantia de Bogaerts particularmente relevante para Bennett. O treinador reforçou que as ambições da Q36.5 nas Grandes Voltas são amplas e não se limitam a um único grande objetivo, abrindo espaço a perfis distintos de corredores.
"Na Vuelta apostámos regularmente nos sprints com vários corredores e ficámos várias vezes no top 10. Entrámos em fugas. E não perdemos um lugar na geral", explicou. "Já o disse: não fomos para a Vuelta com grandes ambições de geral e não o faremos nas futuras Grandes Voltas".
Pidcock
O terceiro lugar de Pidcock na Vuelta foi, até agora, o seu melhor resultado na geral de uma Grande Volta
Essa abordagem flexível e oportunista ajudou Pidcock a assegurar o melhor resultado da carreira em gerais, com o terceiro posto na Volta a Espanha de 2025. Foi também um dos melhores resultados de sempre da equipa na classificação geral.
"Tentamos trazer algo para casa. Um pódio é fantástico", explicou Bogaerts. "À medida que a Vuelta avançava, percebemos que o pódio era possível. Depois focámo-nos mais no pódio do que numa etapa com o Tom. Mas acho que isso não fecha portas".
Bogaerts descreveu também os efeitos positivos de ter um sprinter. "Quando tens um sprinter, tens ambição todos os dias. Tens foco diário; não é apenas concentrar-se em não perder tempo. É um foco saudável e ambicioso, com objetivos diários para diferentes elementos".

Perspetivas da Q36.5 no Tour reforçadas pela profundidade do plantel

A Q36.5 Pro Cycling é atualmente uma equipa ProTour, sem convite automático para as Grandes Voltas. No entanto, os bons resultados de 2025 (14 vitórias no total, grandes exibições na Vuelta e em algumas clássicas) e a presença de nomes de topo como os já referidos Pidcock, Bennett, Chris Harper e Eddie Dunbar tornam cada vez mais provável um wildcard.
O objetivo principal de Bennett é claro: regressar à Volta a França e somar uma última vitória em etapa. Tem 35 anos, o tempo corre e as oportunidades já não serão muitas. Garantir um lugar ao lado de Pidcock em julho poderá oferecer a chance que procura recuperar.
Bogaerts, por seu lado, mantém a confiança de que apoiar ambas as ambições não só é possível, como benéfico para todo o bloco. "Claro que quero tentar novamente", disse sobre a abordagem dual. E, se a Q36.5 entrar no lote do Tour, as suas duas estrelas poderão finalmente partilhar o mesmo palco de Grande Volta.
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