"Depois da meta desmaiei" Thymen Arensman fala da vitória sobre Vingegaard em La Plagne no Tour

Ciclismo
terça-feira, 11 novembro 2025 a 18:00
ThymenArensman 4
Durante anos, Thymen Arensman foi apontado como um dos grandes talentos neerlandeses para as Grandes Voltas. Mas só na Volta a França de 2025, marcada pelo domínio absoluto de Tadej Pogacar, o ciclista dos INEOS Grenadiers conseguiu cumprir as expectativas com duas vitórias em etapas, ambas conquistadas com ataques e inteligência táctica.
O que poucos sabiam era que o segredo desse salto não esteve apenas nas pernas, mas sobretudo na cabeça. Numa entrevista à Helden Magazine, Arensman revelou como um reset mental total transformou a sua forma de pedalar e a de estar no ciclismo.

“Depois da meta desmaiei”

A primeira vitória de Arensman no Tour surgiu em Luchon-Superbagnères, depois de resistir a Pogacar e conquistar um triunfo a solo, vindo da fuga. Dias mais tarde, em La Plagne, voltou a surpreender, atacando no grupo dos favoritos e batendo Jonas Vingegaard por escassos dois segundos.
"Fui a fundo até ao fim. Ultrapassei os meus limites", recordou. "Depois da meta desmaiei. É assim, temos que ir a fundo quando estamos a lutar para aguentar tipos como Pogacar ou Vingegaard."
Aquelas vitórias foram mais do que simples conquistas, foram o fim de um ciclo iniciado anos antes, ainda na Sunweb, onde Arensman mostrara talento mas nunca consistência. Entre lesões, pressão e dúvidas, o neerlandês passou anos à procura da melhor versão de si próprio.
Arensman completamente esgotado após passar a linha de meta
Arensman completamente esgotado após passar a linha de meta

Uma nova mentalidade, um novo Arensman

A mudança começou antes da época de 2025. Arensman mudou de treinador, ajustou os métodos de trabalho e, sobretudo, reinventou a sua abordagem mental.
"Em última análise, trata-se apenas de ciclismo", afirmou. "Para mim e para as pessoas que amam este desporto, é importante, mas ainda assim secundário. No passado o ciclismo era tudo na minha vida e isso só me trouxe conflitos comigo próprio."
Ao relativizar o desporto, libertou-se da pressão que o bloqueava. Quando perdeu tempo nas primeiras etapas da Volta a Itália, não entrou em pânico. Quando venceu na Volta aos Alpes, manteve a serenidade. E, quando chegou a hora do Tour, correu com leveza e confiança, a combinação que faltava para que o seu talento finalmente se traduzisse em resultados.

“As pessoas só vêem o resultado, não vêem o processo”

Apesar das vitórias no Tour terem monopolizado as conversas, Arensman destaca outro momento como o mais importante da sua época: o terceiro lugar na Paris-Nice.
"Porque o meu treinador e eu sabemos o que está por detrás desse desempenho", explicou. "As pessoas vêem uma fotografia do pódio, um nome nos resultados, mas não o processo que há por trás disso. E esse processo ainda está a crescer."
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