"É um exagero" - Thymen Arensman considera que o percurso do Campeonato do Mundo foi demasiado difícil

Tadej Pogacar garantiu vitórias consecutivas no Campeonato do Mundo da UCI em Kigali, confirmando mais uma vez o seu status como o melhor ciclista do mundo, se não o melhor de todos os tempos. Atrás dele, o líder neerlandês Thymen Arensman teve um dia que prometia muito, mas acabou em frustração. O atleta de 25 anos, acabado de sair de duas vitórias em etapas da Volta a França e nono na prova de contrarrelógio mundial uma semana antes, foi forçado a abandonar devido a cãibras severas nas voltas finais. O que começou como um desempenho sólido ao lado do compatriota Bauke Mollema transformou-se numa longa e dolorosa luta até à meta que não conseguiu completar.

"Foi duro, como todos esperavam e irão dizer", admitiu Arensman ao In de Leiderstrui, depois de lutar no Monte Kigali antes de se encontrar com Mollema no circuito. A dupla estabeleceu-se num grupo que lutava por um lugar no top-20, um objetivo que parecia ao alcance do neerlandês. "Acho que fiz tudo certo e estava num grupo realmente bom, junto com o Bauke", disse. "Apesar de estarmos apenas a tentar chegar à meta e ficar no top vinte, o que ainda seria um bom resultado".

O objetivo fugiu-lhe nas subidas de Kigali Golf, uma rampa que Arensman comparou à de Cauberg em Valkenburg. "Fui para essa, chamamos-lhe a Cauberg, subida do Kigali Golf e tive cãibras totais, ainda faltavam duas voltas. Não vou a lado nenhum se tiver cãibras. Ainda tinha meia volta para completar, incluindo aquela subida de pavê, e estava cheio de cãibras o tempo todo".

O desapontamento era claro para um ciclista que tinha como objetivo a consistência em ambas as disciplinas nestes campeonatos. "Estou desapontado, porque ainda me sentia realmente bem para ficar entre os vinte primeiros. É uma pena", lamentou, antes de acrescentar que ainda não conseguia explicar o que correu mal. "Acho que bebi o suficiente. Estas são circunstâncias especiais, então é o que é".

Para Arensman, as condições no Ruanda eram diferentes de tudo na Europa, e ele questionou se a extensão do percurso exagerava a dificuldade. "Acho que também teria sido uma boa ideia fazer duas voltas a menos, porque talvez isso fosse um pouco demais. Especialmente com estas condições e em altitude, é um pouco demasiado", refletiu.

Apesar da sua frustração, o neerlandês recusou culpar a preparação, enfatizando que a corrida expôs todos aos mesmos desafios. "Há sempre pequenas coisas, e isso não é ideal, mas acho que todos sentiram algo na barriga. Fizemos o nosso melhor, e infelizmente, para o Sam e algumas mulheres, isso não foi suficiente. Não se trata de preparação", concluiu.