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Team Visma | Lease a Bike habituou-se a ditar tendências no pelotão mundial, quer pela preparação meticulosa, quer pela sua capacidade de atrair talento. Mas neste defeso, duas peças importantes do puzzle vão abandonar a estrutura:
Olav Kooij e
Tiesj Benoot, companheiros de confiança de
Wout van Aert, que não escondeu a tristeza pela sua saída.
“É claro que é uma pena. Para além do facto de estarmos a perder dois ciclistas super fortes, eu também tinha uma boa relação pessoal com o Olav e o Tiesj. Teria preferido que eles ficassem, mas compreendo a sua decisão. Vamos certamente sentir a falta deles”, afirmou Van Aert ao Het Laatste Nieuws.
Kooij e Benoot em busca de novas oportunidades
As razões para a mudança são claras. Apesar da força coletiva da Visma, nem todos encontram espaço para crescer ao máximo. Kooij, com apenas 23 anos e já perto das 50 vitórias profissionais, nunca teve oportunidade de alinhar na Volta a França. Benoot, por sua vez, mostrou consistência ao mais alto nível (6º na Volta à Flandres e 4º na Clássica San Sebastián em 2025) mas sem a hipótese de liderar sozinho a equipa nas grandes clássicas.
Ambos rumam à Decathlon AG2R La Mondiale, que vive uma fase de forte expansão orçamental e desportiva. De acordo com Daniel Benson, Kooij poderá auferir cerca de 3 milhões de euros anuais, o que o tornará no sprinter mais bem pago da história.
Impacto para a Visma
Se a saída de dois nomes de peso representa um contratempo, a Visma conta com a profundidade da sua estrutura para mitigar as perdas. O jovem Matthew Brennan está a ascender rapidamente no mundo dos sprinters e perfila-se como sucessor natural de Kooij.
Nas clássicas empedradas, contudo, a dor será maior: a equipa perde não só Benoot, mas também
Dylan van Baarle. A aposta, nesse sector, passará por reforços vindos da equipa de desenvolvimento e novas contratações, como:
- Tim Rex e Pietro Mattio (jovens talentos)
- Timo Kielich, que deverá assumir papel relevante nas clássicas
- Filippo Fiorelli
- Bruno Armirail, tricampeão francês de contrarrelógio
- O italiano Davide Piganzoli, especialista em montanha, que deverá ser anunciado em breve
Van Aert reconhece que a química terá de ser reconstruída: “Esperemos que em breve haja uma boa química entre os ciclistas que estão aqui e os que se vão juntar a nós, para que possamos continuar a correr da mesma forma. Mas vai ser difícil substituí-los.”