"Eu apostaria numa rotação" - Vincenzo Nibali apoia a proposta de Tadej Pogacar de alterar as datas das Grandes Voltas e vai mais longe

Ciclismo
sábado, 06 dezembro 2025 a 12:00
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A proposta de alterar a ordem das Grandes Voltas tem ganho tração nos últimos tempos. Apesar de fortes objeções, incluindo as do organizador do Giro, que a tornam praticamente impossível, há muitos a favor. Vincenzo Nibali não só acredita que pode funcionar, como sugere uma rotação das datas das Grandes Voltas.
Nibali esteve presente na apresentação do percurso da Volta a Itália no passado dia 1 de dezembro, subindo ao palco na revelação do trajeto. É uma lenda do Giro e, nesta fase, não é apenas um embaixador, mas uma peça importante da organização.
Após o evento em Roma, reforçou a mensagem sobre o impacto económico do Giro e os benefícios para as regiões por onde passa todos os anos. “Os números apresentados no fórum mostram que já não falamos apenas de desporto ou do rendimento dos atletas, mas do que uma Volta a Itália, uma Grande Volta, pode contribuir em termos de crescimento económico”, disse o “Tubarão de Messina” ao Marca.
“A Bike Economy, as melhorias de infraestruturas, as ciclovias nas cidades e fora delas, atravessando zonas montanhosas e espaços verdes, fazem parte de um ecossistema que promove uma mobilidade mais comum para todos”. Nibali, lenda do ciclismo italiano e o último corredor do país a vencer uma Grande Volta, já lá vão 9 anos, é uma figura histórica da modalidade e mantém voz ativa nos temas centrais do presente.

A presença de Vingegaard e uma potencial mudança de calendário

Vincenzo Nibali a subir as Tre Cime di Lavaredo debaixo de neve no Giro d’Italia 2013
Vincenzo Nibali sabe bem o que é correr com neve na Volta a Itália. Por isso, compreende a discussão sobre mexer no lugar da prova no calendário. @Sirotti
A presença do “big 3” no Giro continua em aberto e é um dos temas mais interessantes desta off-season. Sem garantias, Jonas Vingegaard deixou fortes pistas de que poderá estrear-se na Corsa Rosa em 2026, para completar a Tripla Coroa e perseguir um objetivo maior, enquanto Tadej Pogacar não tenciona abdicar da presença na Volta a França.
Se o esloveno dificilmente voltará já à Corsa Rosa, a grande dúvida chama-se Remco Evenepoel. O belga pode apontar ao Giro ou concentrar-se nas clássicas da primavera, com possíveis estreias em corridas como a Milan-Sanremo e a Volta à Flandres. Assim, com Evenepoel e Pogacar a falarem à comunicação social na próxima semana, deveremos conhecer a sua visão.
No que diz respeito a Vingegaard, Nibali tem uma posição clara e considera a escolha óbvia. “Seria fantástico vê-lo no próximo ano na Volta a Itália. É a última grande corrida que falta no seu palmarés e ele seria o oitavo corredor a alcançar a tripla coroa”.
Numa entrevista recente, confrontado com a ideia, Tadej Pogacar concordou que a troca de calendário entre a Volta a Itália e a Volta a Espanha faria sentido: “Digo sempre que, se a Volta a Itália e a Vuelta trocassem, seria muito melhor, pelas condições meteorológicas e porque permitiria a participação de mais ciclistas”.
O Giro muitas vezes encurta ou cancela etapas devido à neve nos Alpes ou a chuva intensa, enquanto a Volta a Espanha é frequentemente afetada por ondas de calor. Em 2024, as temperaturas atingiram recordes e vários ciclistas abandonaram por golpes de calor.
Ainda assim, nada deverá mudar num futuro próximo, já que Paolo Bellino, CEO da RCS Sport (organizadora do Giro), rejeitou a hipótese: “Nem vamos pensar nessa ideia. A Volta a Itália tem a sua data tradicional em maio e não queremos mudá-la. Cada Grande Volta tem a sua história e importância, também graças ao lugar que ocupa no calendário”.
Qual é a visão de Nibali sobre esta possível mudança? “A primeira Grande Volta do ano tem sempre algo especial. Os ciclistas chegam com frescura e há muito espetáculo. Sempre foi assim”, defende, compreendendo a falta de vontade dos organizadores do Giro em alterar voluntariamente a sua data.
Mas o ex-profissional propõe outra ideia: trocar, ano após ano, a ordem das três Grandes Voltas, incluindo a Volta a França. “Se dependesse de mim, optava por uma rotação das três Grandes Voltas. Tornaria a época muito mais interessante”.
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