A grande apresentação do percurso da Volta a Itália 2026 é hoje em Roma e o que os ciclistas ficarem a conhecer terá forte influência nas decisões de calendário para a próxima época. Veja-se
Jonas Vingegaard, que deverá participar, e
Remco Evenepoel, ainda em dúvida. O antigo vencedor e lenda italiana
Vincenzo Nibali defende que ambos devem correr a Corsa Rosa.
“Deitei fora alguns sucessos. Penso em 2010, se não tivesse caído na terra quando liderava a geral… E depois 2019, quando eu e Primoz Roglic tivemos uma rivalidade feroz (e Richard Carapaz venceu no fim)”, recorda Nibali em declarações à Gazzetta dello Sport. “De qualquer forma, o Primoz e eu somos amigos agora, mas na realidade também o éramos nessa altura. Na maioria dos casos, o ciclismo é assim; os desentendimentos existem ‘apenas’ na bicicleta”.
Nibali é uma lenda da modalidade e, na década de 2010, somou vitórias em monumentos e triunfos na geral nas três Grandes Voltas. Na sua prova ‘de casa’, vestiu a camisola rosa por duas ocasiões e mantém ligação estreita aos líderes atuais do pelotão e às suas escolhas de Grandes Voltas. Com Tadej Pogacar a falhar a Volta a Itália 2026 e a focar-se novamente na Volta a França, acredita que a escolha para o seu principal rival é óbvia.
Vingegaard vs Evenepoel será a grande rivalidade do Giro 2026?
“Diria ao Jonas Vingegaard para vir à Volta a Itália 2026 com o objetivo de vencer, juntava-se a um círculo verdadeiramente exclusivo,” diz Nibali de forma taxativa. “Depois, estou curioso para ver se um jovem muito forte como Isaac Del Toro vai tentar de novo. E também quero ver o que faz Simon Yates, o campeão em título da Volta a Itália”.
A startlist da Volta a Itália deverá começar a ganhar forma com mais precisão nas próximas semanas, com a apresentação e também com os estágios de várias equipas a abrirem espaço para discutir calendários com maior seriedade. Inclui-se a Red Bull - BORA - Hansgrohe, na qual Remco Evenepoel anunciará o seu, e o ‘Tubarão de Messina’ acredita que o belga também deve participar. “O ciclismo não é só a Volta a França. A Volta a Itália também é dura, mas tem uma dimensão mais humana e pode ser igualmente gratificante”.
Quanto aos italianos, ainda não têm hipóteses realistas de vencer em 2026, mas em Giulio Pellizzari existe uma esperança muito promissora para o futuro, e Nibali deseja voltar a ver o seu compatriota a brilhar na Corsa Rosa:
“Se fosse o Giulio Pellizzari, regressava à Volta a Itália. Tem margem de progressão e já alcançou resultados importantes. E não esqueceria o Antonio Tiberi: teve uma época difícil, mas merece uma oportunidade para se afirmar”.