Foi a namorada de Tadej Pogacar que convenceu o esloveno a não abandonar a Volta a França de 2023: "Não! É o Tour. Não vais voltar para casa'"

Ciclismo
sábado, 17 fevereiro 2024 a 15:00
tadejpogacar
Ambos ciclistas muito talentosos por direito próprio, Urska Zigart e Tadej Pogacar são uma das verdadeiras duplas com poder no desporto.
Enquanto Pogacar é o mais bem-sucedido da dupla, duas vezes vencedor da Volta a França e três vezes vencedor da Il Lombardia, entre muitas outras provas, Zigart está empenhada em desenvolver a sua própria carreira no pelotão feminino do World Tour e está a usar os conselhos do seu parceiro como combustível. "O que ele me dá, claro, são muitos conselhos, porque tem mais experiência que eu em tudo", diz ela ao Velo.   "Mas acho que, no fim de contas, ele tem esta mentalidade de vencedor que é muito difícil ensinar a alguém. Estou a trabalhar nisso, mas sim, é um pouco diferente. Estamos numa posição um pouco diferente".
Enquanto Pogacar competia na Volta a França no verão passado, Zigart corria a sua própria Grande Volta no Giro d'Italia Donne. No entanto, num dia de pesadelo para a dupla eslovena, Zigart teve um acidente grave, que a deixou com uma concussão, enquanto Pogacar perdia bastante tempo para o seu arquirrival, Jonas Vingegaard.
"Lembro-me que lhe queria perguntar como tinha sido, mas ele não falou nada sobre a corrida dele... Só falava de como eu me estava a sentir e que ele gostava de estar lá para me apoiar. Coisas desse género", recorda Zigart. "Era apenas sobre o meu acidente, não sobre o desempenho dele."
Na altura, falou-se mesmo que Pogacar pensou abandonar a Volta à França para cuidar da recuperação de Zigart. "Ele não é o tipo de pessoa que desiste nestas alturas", ri-se ela. "Ele achava que eu ia precisar de mais ajuda em casa, e coisas do género. É claro que eu disse: "Não, é o Tour. Tens trabalhado tanto desde o dia seguinte ao acidente que tiveste para estares aí, por isso não, não vais voltar para casa."
"Ambos sabemos o que o outro sente, aquilo por que temos de passar. Obviamente, com ele é um pouco mais difícil lidar com a pressão e coisas do género. Toda a gente pensa que, quando se chega ao topo, tudo se torna mais fácil, mas não é verdade", conclui Zigart. "Há mais exigências, mais coisas que vêm com isso, e tentamos encorajar-nos um ao outro. Para nos mantermos firmes, mantermos a alegria de andar de bicicleta e de correr, pois tudo o resto que vem com isso."

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