"Gostaria que o mundo me conhecesse como Jakob Omrzel, não como uma cópia de outra pessoa" Campeão esloveno recusa comparações com Pogacar

Ciclismo
domingo, 26 outubro 2025 a 9:47
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No ciclismo moderno, as comparações surgem com facilidade e quase todas passam por Tadej Pogacar, o fenómeno que redefiniu o sucesso precoce. No entanto, há quem prefira seguir o seu próprio caminho. É o caso de Jakub Omrzel, o jovem esloveno de 19 anos da Bahrain - Victorious, atual campeão nacional e vencedor da Volta a Itália sub-23, que já começa a ser apontado como uma das grandes promessas do futuro.
"Gostaria que o mundo me conhecesse como Jakob Omrzel, não como uma cópia de outra pessoa", afirmou o ciclista à agência Siol. "Mas há muito que posso aprender com o Tadej, com a sua disciplina e dedicação. Ele não é o melhor do mundo só por causa do talento, mas porque dá tudo ao ciclismo. É isso que eu tento seguir".

Da formação à afirmação

Omrzel faz parte de uma geração dourada que continua a colocar a Eslovénia no mapa do ciclismo mundial. Integrado no programa de desenvolvimento da Bahrain - Victorious, assinou um contrato profissional até 2029, uma aposta a longo prazo que reflete o enorme potencial que a equipa vê nele.
"O principal objetivo era o Giro Next Gen, e conseguimos", explicou o jovem de Kranj. "Outras corridas também correram bem - os campeonatos nacionais, as provas em Itália e as voltas à Eslovénia e à Croácia. Quando olho para trás, vejo que foi mais do que uma época de sucesso".
Omrzel pode ser a próxima grande novidade do ciclismo. @Imago
Omrzel pode ser a próxima grande novidade do ciclismo. @Imago
O seu desempenho na Volta a Itália sub-23 foi soberbo: venceu a classificação geral à frente de nomes como Luke Tuckwell, Pavel Novak e Jorgen Nordhagen, todos eles com contratos WorldTour para 2026. Apenas sete dias depois, conquistou o título de campeão nacional de elite da Eslovénia, impondo-se na ausência de figuras como Pogacar, Primoz Roglic e Matej Mohoric.
"É um sentimento especial e uma grande motivação", realçou. "Sabemos que estamos lá por uma razão. Isso dá-nos confiança e leva-nos a dar o nosso melhor".

Lições de um ano de ascensão

Apesar da primeira metade de época quase perfeita, Omrzel também conheceu o lado mais exigente do desporto. O jovem teve dificuldades em manter o nível de forma após o Giro, e as suas participações no Tour de l’Avenir e no Campeonato do Mundo acabaram aquém das expectativas - 13º e 14º, respetivamente.
"Os momentos de desilusão são os mais importantes no desporto", refletiu. "Quando tudo corre bem, nada é difícil. Mas quando não corre, é aí que se aprende mais. O Tour de l’Avenir veio um pouco cedo demais depois do Giro, e não estava na minha melhor forma".
Ainda assim, terminou o ano em alta, com um sétimo lugar na Volta à Croácia, já como líder da equipa de elite. O esloveno fez questão de agradecer ao seu treinador, Alessio Mattiussi, a quem atribui grande parte da estabilidade que tem mostrado.
"Ele é o meu equilíbrio. Nos momentos em que começo a pensar demasiado nas coisas, ele acalma-me e põe tudo em perspetiva".

Um futuro construído passo a passo

Com apenas 20 anos a completar em 2026, Omrzel não tem pressa. A Bahrain - Victorious planeia um desenvolvimento gradual, possivelmente sem participação imediata em Grandes Voltas.
"Acho que não há mal nenhum em esperar. Se quero ter uma carreira longa e de qualidade, é melhor concentrar-me agora nas corridas de uma semana do que precipitar-me nas grandes voltas. É melhor construir passo a passo do que falhar um e cair mais tarde".
O jovem campeão tem consciência da dimensão das expectativas, mas prefere ver nelas uma fonte de motivação. E apesar de inevitavelmente associado a Pogacar, insiste em seguir o seu próprio caminho.
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