Luke Rowe considera que Jonas Vingegaard está a fazer "mind games" com Tadej Pogacar nas primeiras etapas da Volta a França de 2025

Ciclismo
segunda-feira, 07 julho 2025 a 9:44
vingegaard
Jonas Vingegaard iniciou a Volta a França de 2025 com autoridade e determinação. O dinamarquês da Visma-Lease a Bike tem estado constantemente entre os da frente ao longo das duas primeiras etapas e, embora ainda esteja dois segundos atrás de Tadej Pogacar na classificação geral, já ganhou tempo a vários dos seus principais adversários.
"Ele já mostrou no Dauphiné que estava com vontade de correr. Hoje fez um pequeno movimento", comentou Luke Rowe, ex-ciclista profissional e atual diretor desportivo da Decathlon AG2R La Mondiale, no podcast The Geraint Thomas Cycling Club, após a segunda etapa. "Mas, por vezes, abana a cabeça, não quer colaborar com os outros."
A conversa contou também com a presença de Ben Swift, ciclista da INEOS Grenadiers, que notou pormenores subtis mas reveladores na forma de correr de Vingegaard. "Estive a observá-lo. Parece que ele está a fazer jogos mentais", disse Swift. "Ou talvez não tenha a certeza de como se sente. Mas aquele terceiro lugar no sprint? Impressionante. Já tinha vencido Pogacar numa chegada semelhante no ano passado. Ele está a ser subestimado neste tipo de finais rápidos."
O arranque ofensivo da Team Visma | Lease a Bike não passou despercebido e já causou mossa na classificação geral. Como sublinhou Rowe, “dois dias depois, Carlos Rodríguez e Geraint Thomas já perderam 1m20s, Ben O’Connor 41 segundos, Remco Evenepoel e Primoz Roglic 49 segundos. Mas Pogacar esteve irrepreensível. Fez parte do grupo da frente nos cortes, boom.”
Swift reforçou o impacto psicológico dessas perdas: "É duro mentalmente. Ninguém espera perder tempo logo nos dois primeiros dias. E de repente estás em desvantagem contra os dois melhores ciclistas do mundo."
A INEOS Grenadiers, equipa de Swift, teve um início atribulado. A perda de Filippo Ganna logo na etapa inaugural foi um duro golpe. "Foi uma enorme pena", lamentou Swift. "Ontem estivemos bem colocados o dia todo, mas faltou-nos acerto na hora H. Hoje, tentámos subir no momento certo, mas voltamos a falhar. O G (Geraint Thomas) e Axel Laurance ainda estavam lá, mas talvez o G tenha ido tão fundo para aguentar que depois já não conseguiu responder quando se deu a seleção final. Não é o início que desejávamos, mas talvez espelhe a nossa condição actual."
Rowe, antigo ciclista da INEOS, apontou para a falta de coesão do bloco britânico. "Neste momento, correr como uma unidade não parece natural. Passámos toda a carreira a aprender a estar na frente na hora certa, a manter a posição em conjunto. Isso não se improvisa."
Ben Swift concordou com a análise e deixou uma nota de nostalgia por tempos mais sincronizados: "Se pensarmos demasiado, estamos tramados. Temos de confiar nas pessoas ao nosso lado. Lembro-me daquele Paris-Nice em que éramos tu, eu, o Ian Stannard, o G e o Nico Roche, nem falávamos. Bastava um aceno com a cabeça. Estávamos todos em sintonia."
As primeiras movimentações na Volta a França já começam a desenhar tendências. Vingegaard confirma que veio para lutar e está em plena forma. Pogacar respondeu com solidez. E atrás deles, os rivais começam a ver o tempo escapar. Ainda é cedo, mas a pressão já é palpável, especialmente para equipas como a INEOS, que continuam a procurar o seu lugar no comboio da frente.
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