"Mais uma vez, gastaram uma quantidade significativa de energia" - a Visma tentou, porém saiu da 9ª etapa da Volta a França com uma mão cheia de nada

Ciclismo
domingo, 13 julho 2025 a 20:15
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O perfil plano da 9ª etapa da Volta a França sugeria um dia tranquilo, reservado aos sprinters. Mas a realidade acabou por ser bem diferente, com muita movimentação e tensão tática. O espetáculo esteve longe de faltar, com destaque para a dupla da Alpecin-Deceuninck, Rickaert e Mathieu van der Poel, que animaram a corrida e criaram incerteza quanto ao desfecho, além da sempre vigilante Team Visma | Lease a Bike, que voltou a testar a resiliência de Tadej Pogacar ao provocar cortes com ventos cruzados.
A tentativa de fraturar o pelotão começou a ganhar forma ainda antes dos 40 quilómetros finais, com a Visma a assumir a dianteira do grupo num momento de forte exposição ao vento lateral. A UAE Team Emirates - XRG respondeu com relativa eficácia, mas não sem mostrar fragilidades: Tim Wellens foi forçado a recuar e perdeu contacto com os da frente, deixando Pogacar mais exposto do que o habitual.
"Tadej ficou bastante isolado no final, depois de Wellens ter sido obrigado a recuar e não ter conseguido recuperar o contacto", observou o antigo profissional Tom Danielson, na sua análise publicada na rede social X (antigo Twitter). Embora nunca tenha estado completamente sozinho, o apoio que recebeu dos colegas foi mais simbólico do que efetivo: "Soler encontrou Tadej algumas vezes, assim como Narváez, mas Pogacar teve de fazer grande parte do posicionamento sozinho".
Ainda assim, o campeão do mundo mostrou frieza e capacidade de leitura de corrida, gerindo com mestria o caos instalado pelo pelotão dividido. "Movia-se visivelmente com facilidade e parecia calmo numa situação caótica", reforçou Danielson, acrescentando que, mesmo sem colegas à volta, Pogacar foi capaz de "fazer a máquina de lavar sozinho", uma expressão popular no pelotão que descreve a ação de subir pelo lado mais ventoso do grupo para manter posição na frente. Uma estratégia que exige energia, mas que garante segurança.
"Via-se que tinha umas pernas fantásticas, pois movia-se facilmente enquanto o pelotão se dividia atrás", notou Danielson. Ainda assim, ficou clara a importância de Wellens no dispositivo de apoio ao camisola amarela e o quão vulnerável Pogacar pode ficar sem ele.
A Visma manteve-se fiel ao seu plano de colocar pressão constante sobre Pogacar, mesmo que os resultados práticos continuem limitados. O diretor-desportivo da UAE, Joxean Matxin, já tinha desvalorizado esta abordagem no dia anterior, considerando-a “uma tentativa inútil”, mas a equipa holandesa voltou a atacar com decisão na 9ª etapa.
O episódio curioso do dia foi protagonizado por Wout van Aert: apesar de ter anunciado nas redes sociais que iria disputar o sprint, acabou surpreendido pelo ataque da sua própria equipa e teve de gastar energia a recuperar terreno.
"A Visma voltou a atacar a etapa, continuando a sua série de agressividade. Apesar de o Wout ter tweetado que ia fazer o sprint, foi apanhado pelo ataque e teve de gastar muita energia a correr atrás, pois não estava com eles", referiu Danielson. "É estranho que tenham atacado sem ele, pois o Tadej estava mesmo atrás deles. Mais uma vez, gastaram uma quantidade significativa de energia que, no final, pouco conseguiu além de fazer com que Wout não tivesse pernas para o sprint final".
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