Mathieu Van der Poel mostra-se satisfeito pelas vitórias alcançadas nesta primavera, mas os grandes objetivos ainda estão por vir: "A Volta à Flandres e a Paris-Roubaix são as corridas mais importantes"

Mathieu van der Poel vive uma fase dourada da carreira, mantendo há mais de dois anos uma consistência impressionante ao mais alto nível. Sem grandes percalços físicos e com uma gestão exemplar da forma ao longo das épocas, o campeão do mundo continua a enriquecer o seu palmarés - que esta primavera já conta com triunfos na Milan-Sanremo e na E3 Saxo Classic.

Apesar do sucesso, Van der Poel mantém os pés bem assentes na terra: sabe que os seus dois grandes objetivos ainda estão por disputar - a Volta à Flandres e a Paris-Roubaix.

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Após a vitória categórica desta sexta-feira na E3 Saxo Classic, o neerlandês não escondeu o desagrado com a forma como a corrida foi conduzida na sequência de uma queda coletiva nos primeiros quilómetros, que deixou vários favoritos atrasados, incluindo ele próprio.

"Não acho que seja justo acelerar a fundo depois de uma queda que bloqueia mais de metade do pelotão. Para mim, isso é algo que, enquanto equipa, nunca faríamos", afirmou à Wielerflits. "No final, acho que lidámos muito bem com a situação".

Van der Poel, que chegou a estar a três minutos da frente, conseguiu recuperar com o apoio da equipa, à qual fez questão de agradecer:

"Já estava bastante motivado, também pelo esforço que a equipa fez. Claro que quero terminar com uma vitória, mas sem eles não seria possível lutar por isso. Estou muito grato pelo trabalho que fizeram. Não vou alongar-me mais sobre o assunto… para mim, isto mostra um dos verdadeiros problemas do ciclismo".

O campeão do mundo foi o único capaz de seguir Mads Pedersen nos momentos decisivos, e quando atacou no Oude Kwaremont, ninguém conseguiu responder. O neerlandês isolou-se rumo a Harelbeke, onde selou mais uma vitória de grande classe.

Na próxima semana, o desafio será maior: Tadej Pogacar irá juntar-se à luta na Volta à Flandres, trazendo um nível de exigência ainda mais elevado.

"Não é uma grande surpresa. Para mim, a surpresa foi ele não ter corrido hoje. Compreendo melhor a decisão de não alinhar no domingo (Gent-Wevelgem), mas sim, ele vai ser definitivamente um adversário em Paris-Roubaix também".

Van der Poel soma já o título mundial de ciclocrosse e duas vitórias de peso nesta primavera. Para a maioria dos ciclistas, isso bastaria para considerar a campanha um sucesso absoluto. Mas para o neerlandês, o essencial ainda está por vir:

"Sim, pode dizer-se que tem sido uma primavera muito bem-sucedida até agora. Mas a Volta à Flandres e a Paris-Roubaix são as corridas mais importantes para mim - e ainda estão por disputar."

Com a confiança em alta e o motor afinado, Van der Poel prepara-se para os dois maiores desafios do seu calendário - e o pelotão sabe que será preciso algo extraordinário para o travar.

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