“Ninguém acreditava, mas eu acreditei”: a história da recuperação épica de Jonas Abrahamsen

Ciclismo
terça-feira, 11 novembro 2025 a 10:45
JonasAbrahamsen (2)
Jonas Abrahamsen é um daqueles ciclistas que personificam o espírito combativo do pelotão. Dentro e fora da bicicleta, o norueguês da Uno-X Mobility tem mostrado uma determinação inabalável. A sua recuperação relâmpago de uma fratura de clavícula e a vitória na Volta a França tornaram-se uma das histórias mais inspiradoras de 2025.
No dia 18 de junho, Abrahamsen fraturou a clavícula durante a Volta à Bélgica, apenas 17 dias antes do início da Volta a França. A equipa não acreditava que ele pudesse recuperar a tempo. No entanto, no dia 16 de julho, o norueguês celebrou uma das vitórias mais memoráveis da sua carreira, ao vencer a 11.ª etapa em Toulouse.
“É muito especial. No início, éramos um pequeno projeto com pouco dinheiro. Temos crescido ano após ano com bons treinadores e diretores. Chegar ao World Tour é incrível”, explicou Abrahamsen em entrevista à Marca, durante o Critério de Saitama, onde participou no passado fim de semana. “Fazer parte disto desde o início significa muito para mim.”
O norueguês foi uma peça fundamental na ascensão da Uno-X Mobility ao World Tour, especialmente com a margem mínima sobre a Cofidis no ranking UCI. A sua combatividade e regularidade contribuíram diretamente para a promoção da equipa.
“A época começou de forma muito difícil. Estive doente durante as Clássicas e pensei que ia ser um ano de merda antes do Tour. Tive muita sorte em chegar ao Tour, especialmente porque tinha uma lesão no pescoço. Mas depois de ganhar uma etapa, tudo mudou”, contou o ciclista de 30 anos.

A recuperação impossível

Abrahamsen recordou o momento do acidente e o longo caminho até ao regresso: “Foi muito duro. Estava em grande forma, a sair de um grande bloco, e depois parti a clavícula. No hospital, só tentava respirar porque estava muito stressado. Mas sabia que era forte. Ninguém acreditava que eu estaria de volta para o Tour, nem o meu treinador, nem o meu patrão. Mas eu acreditei. Comecei a trabalhar no dia seguinte, em casa. E consegui.”
A recuperação tornou-se uma corrida contra o tempo que cativou o público norueguês. No Tour, não só resistiu à dor, como manteve a forma que trazia da primavera. A vitória em Toulouse foi conquistada após uma fuga de longa duração, onde bateu Mauro Schmid, resistindo ainda ao ataque de Mathieu van der Poel e Wout van Aert, que perseguiam de perto.
“Desde que comecei a andar de bicicleta, aos 14 anos, vejo o Tour todos os verões. Na Noruega, é uma coisa importante. Em 2023, fiz o meu primeiro Tour, e esse era um objetivo. O outro era ganhar uma etapa”, confessou. “Conseguir isso significou muito. Não consegui dormir durante dois dias porque não conseguia acreditar.”
Hoje, Abrahamsen é visto como um dos rostos da nova geração norueguesa, exemplo de garra e perseverança. A sua vitória no Tour foi mais do que um triunfo desportivo, foi uma demonstração de resiliência.
“Quando se está em baixo, tudo pode voltar a subir. Se chover, o sol voltará a nascer. Vou manter-me fiel a essa ideia”, concluiu, resumindo o espírito que o levou da dor à glória no espaço de um mês.
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