Entre as várias medidas recentemente aprovadas pela União Ciclista Internacional (UCI), uma das mais debatidas é o avanço no plano de restrição de mudanças de velocidade. A proposta poderá afetar diretamente as equipas que utilizam transmissões SRAM, já que estas não estão alinhadas com as configurações padrão de 54x11 sugeridas para os testes.
“A decisão de realizar estes testes baseia-se em discussões sobre o assunto no seio da SafeR, que levaram à conclusão de que a engrenagem poderia estar a contribuir para velocidades máximas excessivas em certas secções das corridas, como as descidas”, esclarece o comunicado da UCI.
A entidade garante que a recolha de dados será essencial para avaliar o impacto real da medida: "Após a realização dos ensaios, os dados pertinentes serão monitorizados e serão recolhidas as reações de todas as partes interessadas, a fim de estudar os efeitos das restrições à mudança de velocidade e de considerar outras medidas relacionadas com a mudança de velocidade que possam alcançar o resultado desejado de melhorar a segurança".
Apesar de os testes poderem arrancar já a 1 de agosto, apenas a
Volta a Guangxi, em outubro, está confirmada como prova experimental. A escolha levanta dúvidas, dado que a corrida chinesa é conhecida por ter uma baixa taxa de acidentes, fruto das estradas largas e seguras.
O presidente da CPA,
Adam Hansen, afirmou à Cycling Weekly que o sindicato dos ciclistas é “neutro em relação à decisão de reduzir potencialmente as mudanças de forma permanente”. Contudo, alertou: "A maioria dos ciclistas diz que este não é o maior problema... Vai contra toda a ideia de corrida, a ideia é ir o mais rápido possível e ser o primeiro a chegar à meta".
Para Hansen, a chave está noutro ponto: "O desenho do percurso deve ser concebido para isso e essa é a posição da CPA. A conceção dos percursos é muito importante e é a primeira coisa que estamos a promover agora".