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INEOS Grenadiers prepara-se para se despedir de mais uma das suas figuras históricas. Num ano marcado pelos anúncios de retirada de Geraint Thomas, Caleb Ewan, Jonathan Castroviejo e Omar Fraile, junta-se agora um quinto nome à lista:
Salvatore Puccio.
"Depois de 14 anos brilhantes com a equipa, Salvatore Puccio anunciou que se vai retirar no final da época. Um profissional e um ser humano maravilhoso, desejamos-lhe tudo de bom em tudo o que vier a seguir, Salva. Mas primeiro, vamos terminar esta época em força, começando hoje na Clássica da Bretanha", comunicou a equipa britânica.
Aos 36 anos, o italiano coloca ponto final numa carreira longa e consistente, toda ela vestida com as cores da estrutura da Sky/INEOS. Estagiário em 2011 e profissional desde 2012, Puccio tornou-se um dos homens de confiança mais fiéis do pelotão internacional. Apesar de nunca ter somado uma vitória profissional, esteve por várias vezes muito perto, como na Vuelta de 2015 e no Giro de 2020. O momento mais simbólico da sua carreira aconteceu em 2013, quando vestiu a camisola rosa após o triunfo da equipa no contrarrelógio coletivo.
Fiabilidade e lealdade acima de tudo
Ao longo da sua trajetória, Puccio cimentou o estatuto de um dos domestiques mais fiáveis do ciclismo moderno. Somou 17 participações em grandes voltas, concluindo 16, incluindo dez Voltas a Itália e sete Vueltas. Curiosamente, nunca alinhou na Volta a França, mas a sua importância interna nunca esteve em causa. Era frequentemente o capitão de estrada, peça chave na engrenagem tática de uma equipa que dominou as grandes voltas durante anos.
Os números também impressionam: 29 participações em monumentos, incluindo 11 Milan-Sanremo, várias presenças na Volta à Flandres e no Paris-Roubaix. A sua regularidade e capacidade de sacrifício foram a base de múltiplos triunfos dos líderes que defendeu ao longo da carreira.
A despedida de Puccio
No Instagram, o italiano deixou uma mensagem sentida: "Após 14 épocas como profissional, todas com a INEOS Grenadiers, quero partilhar que este ano será a minha última época no pelotão. O ciclismo deu-me tanto: uma carreira incrível, experiências que nunca esquecerei e amizades que durarão para toda a vida. Entre os momentos que vou guardar para sempre estão as 10 presenças no Giro, o orgulho de usar a maglia rosa e fazer parte de alguns dos maiores sucessos da nossa equipa.
Ainda temos corridas emocionantes pela frente e o meu objetivo continua a ser terminar esta época da forma como sempre corremos, com empenho e paixão. À minha família, amigos, colegas de equipa e a todos os que me apoiaram nesta jornada, obrigado. Nada disto teria sido possível sem o vosso incrível apoio".
As reações não tardaram. Em poucas horas, o post foi inundado de mensagens de colegas, ex-colegas e adversários, de Richie Porte a Tao Geoghegan Hart, passando por Wout Poels, Dylan van Baarle, Leo Hayter ou Thymen Arensman. Uma amostra do respeito transversal que Puccio conquistou dentro do pelotão.