OFICIAL: Biniam Girmay assina pela “nova” NSN Cycling Team até 2028!

A notícia é agora oficial. Após meses de espera, Biniam Girmay rescindiu com a Intermarché - Wanty e assinou pela NSN Cycling Team, a nova equipa suíça nascida a partir da antiga estrutura Israel - Premier Tech.

“Estamos incrivelmente entusiasmados por receber o Biniam na NSN Cycling Team. 2026 não marcará apenas um novo capítulo para a equipa, mas também para o Biniam, e não consigo imaginar melhor momento para iniciarmos esta nova etapa juntos”, afirmou o manager Kjell Carlström ao anunciar a contratação. O acordo terá sido alcançado no início de setembro, quando a Israel - Premier Tech enfrentava intensos protestos na Volta a Espanha.

Houve obstáculos à confirmação da notícia, já que a fusão Intermarché-Lotto tentou segurar o corredor (que tinha contrato até 2028), mas a licença a utilizar passará a ser a da Lotto, deixando na prática os contratos da Intermarché numa zona cinzenta. O rebranding da IPT também poderá ter atrasado o anúncio, que só foi confirmado após a equipa adotar a designação ‘NSN’.

O diretor-geral destacou o perfil pessoal e desportivo do eritreu como combinação ideal para o projeto. “O Biniam personifica tudo o que adoramos no ciclismo. O talento é evidente, mas a humildade e a determinação é que o tornam um ciclista extraordinário. Desde a primeira conversa ficou claro que partilha a nossa visão dentro e fora da bicicleta, e não tenho dúvidas de que se vai integrar na perfeição e ser um dos líderes da equipa, inspirando os nossos corredores e toda a comunidade do ciclismo”.

Girmay integrou a estrutura belga desde 2021, onde somou a maioria dos seus sucessos: Gent-Wevelgem, etapa na Volta a Itália, vitórias na Volta a França e camisola verde. Abre agora um novo capítulo na carreira, numa equipa que sobe ao WorldTour.

“Estou muito feliz por estar aqui, sobretudo com uma nova atmosfera e um recomeço, tanto para mim como para a equipa. Como corredor, gosto sempre de ter um bom ambiente, especialmente dentro da equipa, e já ouvi muitas coisas positivas dos meus novos companheiros. Olhando para os últimos dois anos da equipa, melhorou tremendamente. Há um espírito coletivo realmente forte”, explicou.

O eritreu sublinhou também a vontade de liderar o comboio de sprint, um dos pontos fortes da formação. “Olhando para o comboio de sprint da equipa, foram sempre muito fortes, sobretudo pela forma como se mantêm juntos e se motivam. Muitas vezes ouvi-os durante as corridas a incentivarem-se imenso, por isso estou com muita vontade de trabalharmos juntos. Vejo uma grande oportunidade na NSN Cycling Team e sinto que é o melhor para o meu futuro”.

Aos 25 anos, apresenta ambição e razões para isso, atendendo à qualidade que tem mostrado e à idade. “Para ser sincero, nunca olho para trás para o que alcancei. Olho sempre para o futuro. Interessa-me qual é o próximo passo. O que está feito, está feito, não quero olhar para trás nem acomodar-me. Quero sempre fazer mais. O meu principal objetivo para o futuro, porque ainda só tenho 25 anos, é simples: ganhar corridas. Adoro vencer clássicas e, até agora, só ganhei a Gent-Wevelgem, por isso quero conquistar mais com a equipa. Acredito que um dia podemos vencer juntos uma das maiores corridas do ciclismo”.

“Na Eritreia, o ciclismo é a nossa cultura; está no sangue. E, como corredor africano, quero desenvolver o ciclismo africano. Esta equipa já fez coisas incríveis. Estou muito feliz por fazer parte de uma equipa com um projeto tão forte no Ruanda. Para mim e para a equipa, é a combinação perfeita: um ciclista africano e uma equipa que quer promover o ciclismo em África”.

Sublinhou também a importância de criar oportunidades para jovens talentos africanos. “Precisamos de pessoas que possam criar oportunidades, trazer corredores para a Europa ou dar-lhes as condições de que precisam. Vou apoiar de alma e coração tudo o que for possível para levar o ciclismo eritreu ao mais alto nível, e isso começa com iniciativas como o projeto Racing for Change da equipa. Acredito que, se criarmos estas oportunidades, veremos mais corredores eritreus e africanos nas maiores corridas”.