“Os anos que passei na Ineos foram um borrão”: Leo Hayter inicia um novo capítulo com a Modern Adventure, sediada nos EUA

Ciclismo
domingo, 07 dezembro 2025 a 10:00
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Leo Hayter foi, até há pouco tempo, um dos talentos britânicos mais promissores, após vencer provas importantes como vários títulos britânicos de contrarrelógio sub-23, uma medalha de bronze no Campeonato do Mundo sub-23, a Liège-Bastogne-Liège sub-23 e a Volta à Itália sub-23.
Esses resultados convenceram a INEOS Grenadiers a contratá-lo, chegando ao World Tour com apenas 20 anos. Porém, a sua trajetória foi interrompida quando ansiedade, depressão e sobrecarga física o afastaram da bicicleta pouco depois de completar 23 anos.
Esteve quase um ano afastado da competição antes de regressar ao pelotão em setembro transato, assinando pela equipa continental Voster ATS Team, e há poucas semanas foi confirmado como uma das novas apostas da Modern Adventure Pro Cycling de George Hincapie para a temporada de 2026.
“Ainda me sinto muito inexperiente como corredor e sinto que perdi muitas oportunidades e tempo para crescer nos últimos anos que tive na Ineos. Os anos na Ineos foram muito difusos, foram um borrão. Achei que seriam os anos em que iria descobrir a minha especialidade, mas não aconteceu. Nunca chegou realmente a acontecer”, disse Hayter em entrevista ao Cyclingnews.
Reconhece, contudo, que continua a medir-se pelos seus melhores dias. “Enquanto sub-23, conseguia render em vários tipos de corridas, mas ainda não tinha percebido exatamente onde isso me levaria. Continuo a achar que estou na mesma posição agora. Continuo a ver-me como um miúdo, mesmo que me vejam de outra forma. Por isso, o mundo é… a minha oportunidade”.

Primeiras impressões de um novo ambiente

A sua contratação pela Modern Adventure começou com uma chamada telefónica em julho de George Hincapie e Bobby Julich, conversa que inesperadamente levou a um contrato em apenas uma semana. Hayter integra agora um plantel de 21 corredores que prepara a época de estreia como UCI ProTeam em 2026.
“Quando falei pela primeira vez com o George e o Bobby, em julho, acho que venderam pouco a equipa, e fizeram parecer que os primeiros anos seriam bastante básicos e contidos. Isso deixou-me, na verdade, pouco seguro em relação a assinar logo de início. Simplesmente não soou tão bem quanto é. Falei hoje com o George e ele disse que esse era o objetivo, que era sempre melhor subvalorizar”.
O estágio trouxe a Hayter a primeira experiência a pedalar nos EUA fora de Nova Iorque. Apesar de ser o único britânico, disse que a integração foi invulgarmente fácil. “Chamaram-me veterano na equipa [tem 24 anos]. Não sei se me devo sentir ofendido ou não”, gracejou.

Integração mais fluida do que o esperado

Elogiou o ambiente aberto e acolhedor do grupo. “Fiquei sinceramente surpreendido com o quão abertos e acolhedores todos foram. Pareceu bastante fácil integrar-me, sobretudo considerando que, sendo britânico, estou em minoria. Já estive em equipas onde, sabem, os alemães sentam-se de um lado da mesa e os neerlandeses do outro. Aqui não. É agradável. Sinto-me mais feliz”.
Hayter terá voz na definição do calendário, dependente da aprovação final da licença UCI da equipa. Os Nacionais de Estrada britânicos destacam-se como objetivo-chave, enquanto o início de época será definido em breve. “Estou muito feliz por fazer um conjunto de corridas novas que nunca disputei. Estou entusiasmado por correr em novos lugares e ter novas experiências”.
“Por muito que, no papel, seja um profissional que fez grandes corridas, sinto que ainda há muito para aprender e perceber. Há muitas provas que ainda acho que posso vencer ou tentar vencer”, concluiu.
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