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Campeonato do Mundo de Estrada UCI 2025, marcado para o dia 28 de setembro no Ruanda, promete ser uma das corridas mais aguardadas da temporada.
Tadej Pogacar, atual campeão e quatro vezes vencedor da Volta a França, parte como favorito num percurso montanhoso feito à sua medida.
Remco Evenepoel, campeão do mundo em 2022, surge como a maior ameaça, enquanto Jonas Vingegaard optou por não participar.
Em entrevista à
Bici Sport, o antigo profissional e comentador Riccardo Magrini analisou a época e antecipou o cenário para Kigali.
Pogacar em foco
Magrini destacou o Sanremo de 2025 como o ponto alto da temporada: "A jogada foi a de Pogacar na Cipressa. Van der Poel queimou claramente Ganna, mas penso que foi a melhor corrida do ano. Pela forma como evoluiu e pelo emocionante final, impressionou-me muito."
O percurso ruandês, com constantes subidas e explosividade, parece talhado para o esloveno: "Penso que é difícil batê-lo, o percurso parece muito duro e adequado a ele. Mas no ciclismo nada é garantido. Pensamos que o Vingegaard iria vencer o Angliru e foi o Almeida quem ganhou. Pode sempre haver uma surpresa."
Evenepoel, a incógnita
Apesar de uma época irregular, Magrini não descarta Evenepoel: "Remco foi campeão do mundo em 2022 e já nos apaixonou muitas vezes com ataques de longa distância. Este ano precipitou-se na preparação para o Tour e pagou por isso. Mas já mostrou que é um campeão: não foi só terceiro, foi segundo na Lombardia. Apesar da dureza do circuito, pode ganhar."
A ausência de Vingegaard
Um dos pontos mais discutidos é a opção do dinamarquês de não alinhar no Mundial: "Não me surpreende, mas não concordo. Gostava de os ver a todos: Van Aert, Van der Poel, Evenepoel, Roglic, Vingegaard. O Campeonato da Europa é duro, mas não é o Mundial. Se ele estivesse lá e vencesse o Pogacar, teria outro peso."
Perspetiva italiana
Magrini fez ainda um balanço do ciclismo italiano em 2025:
- Giulio Ciccone: "Regressou forte, esteve excelente em San Sebastián. Talvez tivesse sido melhor focar-se no Mundial em vez da Vuelta."
- Filippo Ganna: "Tenho pena que tenha desistido tão cedo na Volta a França. Gostava de o ver mostrar mais. Mas voltou ao pódio em Sanremo e entusiasma sempre no contrarrelógio."
- Giulio Pellizzari: "Fez bem, mas poderia ousar mais."
- Antonio Tiberi: "Uma desilusão. Muito inteligente, mas falhou três Grandes Voltas."
Magrini recordou também o azar de Damiano Caruso, lesionado antes da Vuelta, e elogiou jovens como Scaroni e Nordhagen, 3º classificado do Tour de l’Avenir com apenas 18 anos.
O Mundial como ponto alto
Para o comentador, não há dúvidas sobre a corrida mais aguardada do calendário: "O Campeonato do Mundo é sempre a corrida que mais me motiva. Vamos ver Pogacar no Canadá primeiro, em Montreal e no Quebeque, mas o grande dia é 28 de setembro no Ruanda. É a corrida que todos esperamos."