Possível aliança entre Van der Poel e Evenepoel na Volta a França 2025? "Esperemos que um dia possamos tirar partido disso"

Se há alguém com potencial para desafiar o domínio de Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard na Volta a França nesta década, Remco Evenepoel é o nome que se destaca. Contudo, o belga da Soudal - Quick-Step ainda tem um longo caminho pela frente para encurtar a distância que o separa dos últimos 5 vencedores da camisola amarela.

"Tudo tem corrido bem. Preparar-se para uma corrida como esta significa ajustar e adaptar as coisas todos os dias. Não é como se fizéssemos um plano e o seguíssemos à risca, mas não é só a nossa equipa, também falei com ciclistas de outras equipas em Tignes", explicou Klaas Lodewyck, diretor desportivo da Soudal - Quick-Step, em declarações à Wieler Revue.

O recente desempenho de Evenepoel nos Campeonatos Nacionais da Bélgica foi particularmente encorajador para a equipa. "Foi ótimo ver o Remco em ação na sexta-feira, no contrarrelógio, e no domingo, na prova de estrada. No domingo, talvez ele até tenha sido demasiado bom. Mas bem, é melhor isso do que ter de desistir mais cedo com um mau pressentimento".

Apesar dos avanços evidentes, Evenepoel ainda não conseguiu igualar Pogacar nos confrontos diretos. "Mas isso também se aplica agora a Vingegaard, e estou a pensar em todos os outros homens da corrida", contrapõe Lodewyck. "É simplesmente um pelotão repleto de grandes talentos e alguns indivíduos que são ainda mais fortes do que os outros. Nem sempre é agradável, mas é motivador continuar a trabalhar arduamente e talvez um dia os possa vencer".

A prioridade, para já, é não comprometer o objetivo final logo nos primeiros dias. "Toda a gente é cautelosa nas suas declarações, porque o mais importante é chegar ao pódio em Paris. Não queremos cair na primeira semana, onde muitos fatores estão fora do nosso controlo. Uma queda pode acontecer num instante. Mas se houver uma hipótese, não a vamos deixar escapar. É difícil dizer de antemão: ‘É assim que vamos fazer’".

Questionado sobre uma eventual colaboração entre Evenepoel e Mathieu van der Poel nas etapas iniciais, Lodewyck é pragmático: "Voltámos a falar sobre isso esta semana e dissemos que é bom que eles se dêem bem, mas a Volta a França é a Volta a França. No final do dia, é cada ciclista por si. Mas no primeiro dia do Dauphiné, vimos que o Mathieu e o Remco queriam manter-se juntos na frente. Esperemos que um dia possamos tirar partido disso".

Para Lodewyck, esta fase final antes do início da corrida é tensa e exige foco. "Estes dias que antecedem a Volta são frustrantes para os ciclistas, mas também para a equipa. É o período de preparação para a Volta a França e, uma vez lá, cada um tem o seu papel. Por enquanto, é um pouco de correria, tanto para os ciclistas como para o staff. No que nos diz respeito, estamos prontos para começar".