A edição de 2025 da La Flèche Wallonne ficará na memória como uma das mais gélidas dos últimos anos. Sob chuva persistente e temperaturas frias, o pelotão enfrentou um verdadeiro teste de resistência nas colinas da Valónia. Entre os apanhados pelas condições extremas esteve o campeão olímpico
Remco Evenepoel, que terminou a corrida no 9.º lugar - um resultado aquém das expectativas, face às exibições recentes.
Determinando a aprender com o que correu mal, Evenepoel regressou ao treino esta quinta-feira, e fê-lo sem medo do frio. Enquanto alguns colegas da
Soudal - Quick-Step - como Pieter Serry, Mauri Vansevenant, Ilan Van Wilder e Maximilian Schachmann - optaram por pedalar no conforto dos rolos em ambiente interior, o belga saiu para a estrada, enfrentando as baixas temperaturas de forma estoica.
"Não me canso de o fazer", escreveu o ciclista de 24 anos na descrição do seu treino publicado no Strava. A frase veio acompanhada de uma referência subtil ao erro cometido durante a clássica belga: "Desta vez, não me atrevi a tirar o meu casaco de chuva".
Na quarta-feira, Evenepoel reconheceu que tinha retirado o impermeável demasiado cedo durante a corrida, acabando por perder calor corporal num momento-chave. A descida da temperatura corporal terá comprometido o seu rendimento na fase decisiva, nomeadamente no exigente Mur de Huy, onde Tadej Pogacar acabou por triunfar com um ataque demolidor.
Apesar do desaire, o campeão da Liège em 2022 e 2023 demonstra estar determinado a regressar mais forte já no próximo domingo, precisamente na "Doyenne", onde procurará reconquistar o título diante de Pogacar e companhia.
O frio pode ter condicionado Evenepoel na Flèche, mas o seu espírito combativo continua inalterado - e a resposta já começou a desenhar-se nas estradas geladas do seu treino solitário.