Resultados Coppa Bernocchi 2025 - Dorian Godon vence no photo finish após dia frenético de ataques da Visma e UAE

A Coppa Bernocchi 2025 terminou com uma chegada eletrizante em Legnano, onde o campeão nacional francês Dorian Godon (Decathlon AG2R La Mondiale) conquistou a vitória por escassos milímetros diante de Tobias Lund Andresen (Team Picnic PostNL), após um dia de corrida frenético e cheio de reviravoltas.

Desde a bandeira de partida, o ritmo foi altíssimo. As estradas ondulantes em torno de Legnano viram sucessivas tentativas de fuga, até que seis ciclistas conseguiram finalmente escapar: Gianni Vermeersch, Ethan Hayter, Xabier Mikel Azparren, Joel Suter, Samuel Quaranta e Alexandre Balmer. Este último sofreu uma avaria mecânica, mas conseguiu recuperar o contacto pouco depois, com a vantagem do grupo a estabilizar perto dos dois minutos.

Atrás, a Team Visma | Lease a Bike assumiu o comando do pelotão para proteger o jovem britânico Matthew Brennan. À medida que o percurso se aproximava das repetidas subidas da Caramamma (1,6 km a 6,8%), a diferença começou a encolher gradualmente, até que a fuga foi neutralizada a pouco mais de 60 quilómetros da meta.

Foi então que Sepp Kuss decidiu agitar novamente a corrida, lançando um contra-ataque incisivo que originou uma reconfiguração na dianteira. O norte-americano formou um grupo perigoso com Michael Matthews, Albert Philipsen, Benjamin Thomas e Jordan Labrosse, que rapidamente ganharam alguns segundos de vantagem. Quando a corrida voltou a enfrentar a subida seguinte, a diferença rondava os 20 segundos, forçando uma resposta vinda de trás.

Natnael Tesfatsion tentou reagir, seguido por Jay Vine, que arrastou consigo nomes sonantes como Brennan, Quinten Hermans, Vincenzo Albanese, Mikkel Honoré, Andrea Bagioli e Bjorn Koerdt. A 43 quilómetros do final, Brennan e Hermans conseguiram aproximar-se do grupo de Kuss, juntando-se a Vine poucos minutos depois, enquanto Tesfatsion se deixava cair na última subida a Caramamma.

Com 32 quilómetros por percorrer, o grupo da frente reunia uma combinação de trepadores e puncheurs: Kuss, Vine, Matthews, Brennan, Philipsen, Thomas, Hermans, Labrosse, Albanese, Honoré, Bagioli e Koerdt. A diferença para o pelotão rondava os 45 segundos, mas a margem foi diminuindo gradualmente no circuito final.

A tensão aumentava à medida que os quilómetros passavam. A 26 km da meta, a vantagem era de apenas 30 segundos. Quando restavam 22 km, o pelotão estava a 14 segundos e Jay Vine lançou novo ataque, tentando surpreender. O australiano isolou-se por breves momentos, mas acabou apanhado a 18 km do final, num momento em que Kuss começava a perder terreno. A diferença mantinha-se curta, com 24 segundos a separar os dois grupos.

Já dentro dos últimos 4 km, o pelotão ainda perseguia, e Vincenzo Albanese tentou um derradeiro ataque em solitário. No entanto, a resistência foi inútil, e o grupo principal alcançou-o a 2 km da meta. Quando tudo parecia encaminhar-se para um sprint em pelotão compacto, Alessandro Covi ainda lançou um contra-ataque, seguido por Quinn Simmons. Os dois chegaram a criar perigo, mas foram neutralizados nos últimos 400 metros.

Num final caótico e milimétrico, Dorian Godon lançou o seu sprint com precisão cirúrgica e conseguiu bater Tobias Lund Andresen por uma margem quase imperceptível, num photo finish decidido com recurso às imagens da meta. Uma vitória de força, instinto e resistência, num dia em que o francês voltou a provar o seu estatuto entre os mais versáteis finalizadores do pelotão internacional.