Luke Plapp vai alinhar no contrarrelógio do
Campeonato do Mundo de domingo, em Kigali, como outsider, mas o australiano está determinado a medir-se com os melhores num dos percursos mais exigentes alguma vez vistos num Mundial. Remco Evenepoel persegue a terceira Camisola Arco-Íris consecutiva, mas os 40,6 quilómetros em altitude levam muitos a apontar Tadej Pogacar como o homem a bater. Perante tantas subidas acumuladas, Plapp sabe que lutar pelo pódio será um desafio formidável.
"É um percurso muito difícil, vai ser uma corrida muito dura", disse Plapp à Cycling Pro depois de reconhecer o circuito de Kigali. "É um pouco melhor para os trepadores; o Remco e o Pogi vão estar a lamber os beiços nesta etapa. Há muitas subidas, muito tempo em pé nos pedais e as descidas são tão rápidas que o tempo de recuperação é muito curto".
Um percurso talhado para trepadores explosivos
O perfil justifica a sua avaliação. Os ciclistas terão de enfrentar quase 700 metros de desnível acumulado, começando pela Côte de Nyanza, com 2,5 quilómetros a quase 6%, antes de regressarem à mesma colina pelo lado mais suave. Mais tarde surge a Côte de Péage, com dois quilómetros a 6%, e finalmente a Côte de Kimihurura, 1,3 quilómetros acima dos 6%, antes da subida final para o Centro de Convenções de Kigali. É um traçado que favorece ciclistas capazes de escalar e acelerar repetidamente, em detrimento dos puros especialistas de contrarrelógio.
Preparação tranquila e ambições realistas
Plapp tem vindo a preparar-se lado a lado com
Jay Vine, que brilhou na Volta a Espanha com um contrarrelógio impressionante, apenas atrás de Filippo Ganna. O homem da Team Jayco AlUla, em contrapartida, tem mantido um calendário mais discreto, correndo pela última vez na
Clásica San Sebastian, onde terminou em sétimo lugar. "San Sebastián já foi há algum tempo, por isso estou apenas a tentar pôr o corpo a mexer de novo e a voltar à mentalidade de corrida. Mal posso esperar, estou ansioso por isso", confessou.
Plapp participou apenas num mundial de contrarrelógio em elites, em 2022, em casa (Wollongong), terminando em 12º lugar
Apesar de reconhecer a diferença de favoritismo, Plapp mantém ambições firmes. "Só quero dar o meu melhor e ver no que dá. O Pogi e o Remco, e até o Jay, estão claramente no topo. Eles vão lutar pela vitória. Se eu der o meu melhor, estou curioso para ver o que isso vale".