“Sou alguém que se questiona muito” Jovem promissor ganha autoconfiança após estreia impressionante na Volta a França em 2025

Paul Penhoët regressou aos treinos com a mente mais afiada e, crucialmente, uma ideia mais clara de que tipo de corredor quer ser.

Em declarações à Direct Velo, o sprinter da Groupama - FDJ refletiu sobre uma exigente temporada de 2025 que o pôs à prova, o remodelou e, no final, lhe deu a confiança de que pode subir mais um patamar.

“Sou alguém que se questiona muito”, admitiu, ao olhar de frente para uma campanha de 2025 com onze top-5 mas sem vitórias. Em vez de deixar a frustração instalar-se, vê essa introspeção constante como combustível, sublinhando que o empurra “a trabalhar ainda mais e a procurar todos os pequenos detalhes” que o podem fazer progredir.

A análise não surge do nada — 2024 foi parcialmente condicionado por uma lesão no joelho, que atrasou o início da época até maio e limitou o trabalho de sprint e de ginásio. Como disse à Direct Velo: “O meu treinador e o departamento médico disseram-me que 2025 era um ano de reconstrução. ‘Perdemos’ um ano — não consegui fazer tudo o que queria no sprint, no ginásio, etc. Mas foi pela minha saúde a longo prazo. Estou grato à equipa por ter pensado nisso.”

Com um calendário completo finalmente no passado, encara a próxima época como um passo em frente limpo, não mais recuperação. “Há aspetos positivos a retirar”, afirmou, sublinhando que 2025 lhe devolveu o ritmo. O objetivo agora é construir sobre essa base, não começar do zero.

O momento-chave da sua época, e talvez da sua jovem carreira, chegou em julho. A estreia na Volta a França trouxe não só resultados sólidos — 7.º em Lille, 5.º em Châteauroux, 7.º em Valence — como também a certeza de que pertence ao nível WorldTour.

“Não sabíamos bem, nem eu nem a equipa, como é que ia lidar com a corrida”, confessou. Mas tudo correu melhor do que o esperado e saiu com confiança, não exausto. “Não terminei o Tour completamente rebentado.”

A preparação também contou. Chegando a Lille depois de uns fortes Campeonatos de França, disse ter entrado na corrida “no pico de forma” e orgulhou-se do compromisso total em ajudar Romain Gregoire. Acredita que essa entrega foi crucial para levar a forma mais fundo em julho.

A olhar para 2026, o plano passa por uma combinação cuidadosamente gerida entre provas do WorldTour e objetivos em corridas continentais. Conhece o sistema de pontos, o nível competitivo e as exigências do sprint tão bem como qualquer corredor da sua idade e não adoça a realidade.

“Vamos ter de saber gerir bem - a pontuar, sejamos honestos, e a correr com os melhores”, disse à Direct Velo. Realçou que as corridas ProSeries e Classe 1 continuam a ser vitais para a sua evolução: “Todos sabemos que os sprinters vivem muito da confiança. Acho importante continuar a fazer ambas.”

O final da temporada de 2025 corroborou essa abordagem. Os 4.º e 3.º lugares na Tour of Guangxi confirmaram que a forma apareceu no momento certo. E entrou na pausa com a mentalidade de quem quer muito mais.

Nas suas palavras, foi de férias “com a faca nos dentes”, convencido de que está cada vez mais perto do salto que procura. “Continuo a ter esse instinto de vencedor. Sei que é possível.”