Tom Dumoulin questiona estratégia de Vingegaard e Visma na semana final do Tour: "É este o vosso plano de tudo ou nada?"

Ciclismo
sexta-feira, 25 julho 2025 a 12:30
TadejPogacar_JonasVingegaard
A etapa 18 da Volta a França 2025 marcou, em teoria, a última grande oportunidade da Team Visma | Lease a Bike para abalar o domínio de Tadej Pogacar e reabrir a luta pela Camisola Amarela. Mas, na prática, o ataque anunciado pela equipa neerlandesa ficou longe de corresponder às expetativas. O esloveno da UAE Team Emirates - XRG resistiu com naturalidade, e Jonas Vingegaard perdeu mais uma vez tempo para o líder da geral, enterrando praticamente de vez as suas aspirações à vitória em Paris.
A abordagem agressiva da Visma ficou patente logo na subida intermédia do dia, onde Pogacar foi temporariamente isolado. Vingegaard manteve Matteo Jorgenson como apoio no vale que antecedia o Col de la Loze, e parecia desenhar-se o tão aguardado “tudo ou nada” da equipa que venceu as duas últimas edições da prova com o dinamarquês. Mas, como salientou Tom Dumoulin no programa De Avondetappe, da NOS, a prometida ofensiva nunca chegou a concretizar-se de forma real. “Eles não jogaram ao tudo ou nada. Eu pensei: o que é que eles estão a fazer? É este o vosso plano?”, questionou o antigo vencedor do Giro.
Na prática, quando Jorgenson atacou a solo antes da subida final, o grupo Pogacar-Vingegaard abrandou drasticamente. Essa hesitação permitiu que os gregários da UAE, anteriormente distanciados, regressassem ao grupo, anulando por completo o que restava da estratégia da Visma.
Para Dumoulin, o resultado foi claro: “Quando se começa uma etapa com grandes palavras e se percorre a última subida mais lentamente do que a fuga, não se pode dizer que foi tudo ou nada”. A etapa acabou por ser vencida por Ben O’Connor, que tinha estado o dia inteiro na fuga, um detalhe que agrava ainda mais a leitura da performance da Visma.
Com o Col de la Loze a não surtir efeito e apenas três etapas por disputar, Jonas Vingegaard tem agora um atraso de 4:26 minutos face a Pogacar na classificação geral. Uma diferença que, mesmo com mais uma jornada alpina por disputar, se afigura praticamente intransponível.
Dumoulin não exclui uma explicação mais simples: “Talvez tenhamos de concluir que Vingegaard não tinha pernas”.
Depois de meses de recuperação da grave lesão sofrida no Paris-Nice, o bicampeão da Volta a França entrou na edição deste ano sem garantias de forma máxima. E apesar de ter mostrado resistência e classe nas grandes etapas de montanha, a consistência e explosividade de Pogacar parecem estar num patamar acima, dificultando qualquer tipo de resposta efetiva.
Com a etapa 19 a levar novamente o pelotão aos Alpes e uma subida final que promete castigar até os mais fortes, a Visma poderá tentar mais uma vez. Mas a impressão que fica é que a oportunidade decisiva já passou e Pogacar, cada vez mais perto do seu quarto título na Volta a França, continua intocável.
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