Uno-X Mobility contrata irmão do campeão dinamarquês para reforçar a direção desportiva, enquanto a equipa intensifica a preparação para a estreia no escalão WorldTour em 2026

A Uno-X Mobility acrescentou duas vozes de peso ao carro de apoio antes da primeira temporada no WorldTour, contratando o ex-profissional Asbjorn Kragh Andersen — irmão do atual campeão nacional dinamarquês Soren Kragh Andersen — e o experiente dinamarquês Michael Blaudzun como novos diretores desportivos para 2026.

As entradas surgem poucos meses depois da promoção à elite do ciclismo e sinalizam a intenção clara de reforçar a profundidade tática e a liderança em corrida antes de enfrentarem, pela primeira vez, as três Grandes Voltas.

O responsável desportivo Gabriel Rasch explicou que a prioridade foi acrescentar experiência direcionada nos dois extremos geracionais do pelotão, numa nota oficial no site da equipa. “Queríamos que o Michael nos desse profundidade extra nas Grandes Voltas, mas também nas voltas de uma semana que ainda não fizemos”, disse Rasch. “Tem experiência como corredor e também de todas as vertentes de gerir a sua própria equipa no passado.”

Sobre Kragh Andersen, Rasch acrescentou: “O Asbjorn vai dar-nos uma ligação mais próxima com a geração atual, tendo competido com muitos deles. É uma figura singular no mundo dos DS, por ser mais jovem devido à reforma precoce como profissional. O Asbjorn vai dar-nos profundidade extra em corrida, sobretudo nas Clássicas.”

Para Kragh Andersen, que pendurou a bicicleta em 2022 antes de se afirmar rapidamente como jovem DS, a ascensão constante e metódica da Uno-X Mobility foi um fator decisivo para assinar.

“O que me atraiu na Uno-X foi ver como cresceram”, disse. “Começaram quase do zero e, passo a passo, construíram um desenvolvimento muito controlado e consistente. Isso cativou-me.”

Depois de recusar inicialmente a passagem imediata para o carro no momento da retirada, a vontade de usar o conhecimento de corrida falou mais alto. “Senti que estava a deitar fora tudo o que tinha construído — todos aqueles anos de perceção e experiência. Sabia que queria usar isso. E, quando comecei, adorei voltar a trabalhar com pessoas — tentar tirar o máximo do que temos, dia após dia.”

A proximidade etária com os atuais corredores, afirmou, traz uma dinâmica valiosa. “Claro que estar próximo em idade dos corredores faz diferença. Corri com alguns deles. Sei como pensam. Essa experiência partilhada é algo que espero que possamos aproveitar — não só no lado tático, mas também no lado humano do ciclismo.”

Depois de conhecer todo o plantel no fim de semana de arranque em Trondheim, destacou o ambiente. “Já parece uma família”, disse. “A mentalidade escandinava — esse passado e forma de pensar comuns — cria algo especial. Senti isso de imediato no kick-off. Isto é diferente.”

Blaudzun, que correu por algumas das maiores equipas antes de assumir funções de gestão, regressa após vários anos fora da estrutura WorldTour. O dinamarquês disse que o apelo do projeto - e a identidade escandinava - tornaram a decisão simples.

“Cresci no ciclismo e afastar-me na altura não foi por ter perdido a paixão”, afirmou. “Segui a Uno-X de perto ao longo dos anos, mesmo quando éramos rivais na Rival. Vi o potencial cedo e foi fantástico acompanhar o desenvolvimento. Quando surgiram conversas sobre esta oportunidade, não tive dúvidas. Tinha saudades do jogo — e, em particular, com um projeto como este.”

Acrescentou que o fundo cultural partilhado da equipa foi um grande atrativo. “A estrutura nórdica assenta-me bem. Há algo de especial na cultura comum, na mentalidade, no humor. Cria unidade. Sente-se — as pessoas puxam todas para o mesmo lado, e isso é uma base poderosa para construir.”

Com a estreia no WorldTour no horizonte, Blaudzun deixou claro que entende o desafio. “Há muito potencial por desbloquear nesta equipa — e muitas corridas de topo pela frente. Não será fácil. Mas já sinto a positividade e a ambição dentro da equipa. É para isso que mais me entusiasma contribuir.”

Com as duas entradas na direção desportiva asseguradas, a Uno-X Mobility vira agora o foco para a temporada mais importante da sua história. Pela primeira vez, vai enfrentar, no mesmo ano, a Volta a Itália, a Volta a França e a Volta a Espanha — um salto substancial para uma formação que iniciou a ascensão acelerada há poucas épocas.

“É um passo grande para nós fazer três Grandes Voltas, mas isso não significa que não sejamos ambiciosos”, disse Rasch. “É sempre importante corrermos como unidade, com um objetivo comum em cada dia.”

O desenvolvimento a médio prazo de corredores como Johannes Kulset e Tobias Halland Johannessen mantém-se central no projeto. A equipa definiu metas naturais — lutar pelo top 10 na Volta a Itália com Kulset, aproximar Johannessen do pódio da Volta a França e libertar potencial vencedor de corridas em todo o plantel. “Fizemos contratações muito interessantes para o próximo ano”, disse Rasch. “E estamos ansiosos por extrair todo o seu potencial. É importante continuar a desenvolver o nosso núcleo, e acreditamos que estamos a dar os passos certos para ajudar os nossos corredores a seguirem os seus sonhos.”

Com mais dias de competição WorldTour, expectativas mais altas e uma carga competitiva inédita, Rasch sublinhou que o grupo de performance em crescimento será essencial. “Sabemos que vai ser um grande desafio com ainda mais corridas WorldTour”, afirmou. “Mas, com o forte grupo de treinadores e staff de performance que rodeia os nossos corredores, acreditamos que podemos apoiá-los a alcançar os seus sonhos e objetivos — juntos.”