Sara Casasola protagonizou o melhor desempenho da sua carreira ao vencer o Druivencross de Overijse, alcançando a sua primeira vitória no
Superprestige e tornando-se a primeira italiana a fazê-lo. Numa corrida marcada pela lama, pela chuva e por um desfecho dramático, a ciclista de 25 anos aproveitou uma queda tardia de
Lucinda Brand para cruzar a meta isolada e inscrever o seu nome na história da modalidade.
Uma batalha de técnica e resistência
Durante quase toda a corrida, Brand e Casasola foram inseparáveis, trocando ataques num percurso escorregadio, técnico e repleto de armadilhas. As encostas cobertas de folhas e as curvas traiçoeiras de Overijse transformaram-se num duelo tático entre a potência da neerlandesa e a resiliência da italiana.
Brand parecia no controlo, forçando o ritmo nas subidas e acelerando nas zonas de força, mas Casasola respondeu a cada investida, recusando-se a perder o contacto. O confronto atingiu o auge na última volta, quando a pressão e o terreno cobraram o seu preço à antiga campeã do mundo.
O momento decisivo
Com ambas à entrada de uma curva rápida, Brand perdeu o controlo da bicicleta e embateu num poste de madeira, sendo projetada para fora do percurso. Casasola reagiu de imediato, passando para a frente e lançando-se num esforço final até à meta. Brand ainda remontou e tentou minimizar o dano, mas a italiana manteve um ritmo irresistível até cortar a linha de chegada com 12 segundos de vantagem.
"É inacreditável ganhar uma corrida tão clássica", declarou uma emocionada Casasola após a prova. "A Lucinda era muito forte e estivemos sempre no limite. Tive um pouco de sorte, quando ela caiu, fui a todo o gás até ao fim".
"Sabia que a vitória estava perto, mas tinha de me manter concentrada e continuar a insistir até ao fim", acrescentou.
A consagração de uma nova candidata
Com esta vitória, Casasola confirma a sua ascensão no panorama internacional do ciclocrosse. Depois de pódios consistentes em Essen e Ruddervoorde, a italiana da FAS Airport Services - Guerciotti deu o passo que lhe faltava, mostrando sangue-frio, técnica refinada e uma notável capacidade de leitura de corrida.
A vitória em Overijse dá-lhe também a liderança do Superprestige, mas os desafios que se seguem serão ainda maiores, com o regresso das grandes dominadoras da disciplina, Fem van Empel e Puck Pieterse, à competição nas próximas rondas.
Por agora, no entanto, Sara Casasola saboreia o triunfo que confirma o seu estatuto de nova estrela do ciclocrosse. Em Overijse, mostrou que não é apenas uma promessa, é uma ciclista que já pertence, por mérito próprio, ao topo do
ciclismo feminino de inverno.