2025 marcou a primeira época completa de Tim Torn Teutenberg no WorldTour. O talento alemão assinou um ano sólido, a equilibrar tarefas de gregário com liberdade para procurar resultados próprios em corridas selecionadas. Depois de vários pódios, espera agora transformar as ocasiões perdidas em vitórias na próxima temporada.
Teutenberg vem de uma família de ciclistas, mas garante que essa herança nunca foi fonte de pressão. “Acho que muita gente pensa que isso me coloca alguma pressão, ou também à minha irmã. Nós nunca o sentimos assim; para nós foi mais um apoio, ajudou-nos a chegar onde estamos, com um bom sistema à nossa volta”, disse
em entrevista à Domestique.
O pai, Lars Teutenberg, foi determinante na sua evolução. “O meu pai tem muito conhecimento em muitas áreas do ciclismo, por isso sem ele eu definitivamente não seria quem sou agora, nem teria o conhecimento e as capacidades que tenho”.
Pode voltar a ganhar o Paris-Roubaix?
O maior resultado da carreira chegou com a vitória no
Paris-Roubaix Espoirs em 2024. “Foi um dia incrível. Foi praticamente a primeira vitória para mim. Já tinha vencido a geral da Volta Olympia, mas esta foi a primeira vez em que cortei a meta em primeiro e pude celebrar. Foi muito bom ganhar e ter talvez a confirmação de que posso vencer corridas, alcançar objetivos maiores e triunfar em provas mais importantes”.
Teutenberg não se vê como um puro sprinter. Aponta antes às corridas duras e seletivas. “Paris–Roubaix é uma grande corrida, é fantástica. Se conseguires vencer no Velódromo com toda aquela gente à volta e depois levantar o paralelepípedo, é um momento mágico. Mas há outras grandes provas. Coloco a Volta à Flandres e o Mundial ao mesmo nível. Seria difícil escolher, mas estão definitivamente no topo da lista”.
Na
Lidl-Trek, Teutenberg está rodeado de vencedores experientes, algo que considera uma grande vantagem para a sua progressão. “Aprende-se sempre muito com os mais velhos. Com os grandes campeões provavelmente aprende-se mais, sabem como ganhar as grandes corridas e alcançar feitos importantes”.
E de quem é que mais pode aprender dentro da equipa? A resposta é clara: “O
Mads Pedersen é alguém de quem se aprende sempre; trabalha imenso, tenta bater os ‘imbatíveis’. Se preciso de um conselho, ele está sempre disponível. O
Soren Kragh Andersen também tem muita experiência e está sempre lá quando precisas de uma dica”.
A adaptação ao WorldTour
2025 foi a sua primeira época completa como profissional e serviu para aprender. Apesar de não ter vencido, esteve perto em várias ocasiões. “A este nível, não podes simplesmente sprintar e tentar ser o mais forte; tens de fazer tudo perfeito. Já não sprintava contra sub-23; media-me com gajos que já ganharam etapas no Tour. Estive perto algumas vezes, mas cometi erros ou faltaram-me as pernas. Faz parte do jogo, vou tentar de novo na próxima época”.
Defrontar os melhores sprinters enquanto talento emergente obrigou-o também a equilibrar respeito e autoconfiança. “Deves manter-te humilde; o momento em que posso pensar ‘já cá estou’ é quando os vences. Tenho muito respeito pelos grandes. Os finais ao sprint são sempre um pouco caóticos, e às vezes fica mais difícil porque os respeitas tanto que não queres fazer nada demasiado arriscado. Ser demasiado cauteloso não ajuda a tua própria performance”.
A olhar em frente, Teutenberg traçou as corridas que pretende apontar em 2026, admitindo que pode estar à partida da sua primeira Grande Volta. “
Vou começar no Tour Down Under, depois, em princípio, Algarve e, a seguir, as Clássicas belgas. Veremos como corre o ano. Se mostrar boas prestações cedo, a Vuelta pode ser interessante”.
O percurso da Vuelta não o favorece totalmente, mas a menor presença de puros sprinters pode abrir oportunidades. “Assustou-me um pouco… bastante duro”, admitiu, “mas com menos sprints puros pode haver melhores hipóteses se subires bem”.