Depois de apenas um curto ano passado na Team Philippe Wagner - Bazin, Alexis Guerin trocou a Bélgica por Portugal. Após uma temporada de 2024 em que esteve em alta, o ciclista de 32 anos natural de Pau, sente que assinar pela Sabgal - Anicolor Cycling Team foi o passo certo.
"Estou muito contente, aceitei a primeira oferta séria que recebi e acabei de concluir um estágio com eles. Estou muito surpreendido porque encontrei uma equipa muito profissional, muito interessada no bem estar dos seus ciclistas e pela coesão do grupo
Fazendo uma análise à sua época de 2024, que foi uma das melhores épocas de Guerin, onde obteve um 7º lugar no Tour du Limousin, um 8º lugar no Tour de Alsace, 10º no Tour de Mirabelle, 6º no Circuito das Ardenas, o ciclista francês comentou "Foi uma época em que fiz mudanças. Não tinhamos uma equipa dedicada a proteger o homem para as classificações gerais. Tive duas corridas que perdi as classificações gerais por falta de apoio, mas a equipa foi desenhada assim, pelo que tive de me contentar. Mas posso meter um 8 em 10, ou um 7 em 10 nesta temporada."
Com apenas 40 dias de corridas em Agosto, Guerin parou de correr. Ao cyclismactu ele explica o que se passou. "Não foi por doença, nem foi planeado. Tínhamos um patrocinador que não deu o dinheiro que estava previsto no orçamento da equipa. Como resultado, tivemos de saltar as corridas do final do nosso calendário e a minha ultima corrida foi no Tour du Limousin. A partir daí fiz uma paragem. Mas nesse momento disse para mim mesmo, estou a fazer uma temporada tão boa e vou ter de parar. É decepcionante", continuando " Mas somos atletas, temos de nos adaptar. Fizemos o Tour du Limousin e depois fizemos uma bela pausa. Aproveitamos para treinar um bocado e tratar da nossa vida privada."
Voltando ao tema da sua mudança para Portugal, porquê a Sabgal? "Esta equipa, como disse anteriormente, foi a primeira que me fez uma proposta a sério e eu queria ir para uma equipa onde sentisse que iriam contar comigo, onde seria apreciado e onde encontraria uma forma de família. Foi isso que encontrei nesta equipa e decidi ir para lá", para continuar "Eles fizeram-me uma proposta que comparada com outras, talvez não fosse a melhor, mas eles foram capazes de me convencer. Pelo que vi, seja em termos de equipamento, pessoal, apoio... é uma formação ao nível das melhores equipas ProTeam"
Por falar em ProTeam, Alex Guerin correu em 2023 pela Bingoal WB e em 2024 pela Philippe Wagner - Bazin - que são duas equipas que se vão juntar em 2025 com o intuito de atingir o nível Proteam. Explicou então porque razão decidiu não continuar nesse projecto. "Tive problemas com uma dirigente da Bingoal, que não respeitou as clausulas para anunciar a renovação do contrato. Então fica dificil estar numa equipa que se vai juntar com a desse dirigente". Questionado sobre se houve interesse de alguma das 13 equipas francesas em proporcionar-lhe um contrato profissional, o ciclista de Pau não exitou em responder "Tive propostas e discutiu-se muito, mas não passou disso e nunca chegou a acontecer. Veio uma oferta séria de Portugal e eu aceitei...", explicou.
Interessado e preocupado com a difícil situação em que se encontra o ciclismo francês, Alexis Guérin também falou deste assunto. "Sem entrar em detalhes sobre política, porque esse não é o meu papel, posso dizer que do meu ponto de vista é que é triste ver tantas equipas a acabar. Como costumo dizer, o profissionalismo é o topo da pirâmide, mas o que é importante numa carreira é a base. A base são as escolas de ciclismo. Infelizmente, se elas não existirem, não haverá mais profissionais e ciclistas para vencer corridas nos profissionais", diz ele.
"Quando vemos tantas equipas a fechar portas ficamos preocupados. Mas confio nos muitos voluntários que temos em muitos clubes para passar por este momento difícil... esperando que melhore no futuro. Prefiro permanecer optimista. Temos pessoas que trabalham muito bem na sombra e podemos realmente agradecer-lhes", conclui.