"Infelizmente, não negociei um bónus no meu contrato" Cérebro por detrás das vitórias de Simon Yates e Jonas Vingegaard brinca após o final da Volta a Espanha

Ciclismo
segunda-feira, 15 setembro 2025 a 15:00
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Jesper Morkov pode não ter pensado em incluir uma cláusula de bónus no contrato quando assinou pela Team Visma | Lease a Bike no início de 2025, mas depois de ter liderado a equipa a duas vitórias em grandes voltas na mesma época, é provável que essa lacuna contratual venha a ser corrigida em breve.
A formação neerlandesa conquistou a Volta a Itália com Simon Yates e a Volta a Espanha com Jonas Vingegaard, precisamente nas duas corridas em que Morkov esteve ao leme. Apenas na Volta a França, onde a direção ficou a cargo do veterano Grischa Niermann, a Visma se teve de contentar com o segundo lugar. Ainda assim, o dinamarquês apresenta um registo perfeito de 2 em 2, um início de carreira como diretor desportivo em Grandes Voltas que quase não encontra paralelo no ciclismo moderno.
"Infelizmente, não negociei um bónus no meu contrato", disse Morkov com um sorriso ao Feltet.dk depois da consagração de Vingegaard em Madrid. "Mas, pelo que sei, o meu bónus é que vou viajar ainda mais no próximo ano e que vou estar presente nas três grandes voltas".
Esse será um passo considerável em termos de responsabilidades para o antigo ciclista, hoje com 37 anos, que chegou à Visma vindo da Uno-X com o objetivo de ganhar experiência nas maiores corridas do calendário. Em poucos meses, não só cumpriu como superou esse objetivo, confirmando-se como peça central do futuro estratégico da equipa.
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Morkov conseguiu unir a equipa em torno de Vingegaard, com os colegas a estarem quase sempre ao lado do líder e não em fugas para ganhar etapas

Precisão tática em Madrid

A vitória de Vingegaard na Vuelta foi mais um exemplo da eficácia e coesão tática da Visma, agora com a assinatura de Morkov no volante. O dinamarquês não escondeu a satisfação com o impacto imediato: "Entrei na equipa para viver esse nível de profissionalismo e para ter a oportunidade de estar nas grandes voltas. Já estive em duas, e ganhei as duas. Não me parece um mau registo".
Embora a última etapa em Madrid tenha sido interrompida por protestos, a supremacia do dinamarquês nunca esteve em causa. O triunfo no alto da Bola del Mundo selou uma vitória que também representou um renascimento para Vingegaard, depois de uma época marcada por lesões.

Próximo alvo: Volta a França

Até agora, a gestão desportiva da Visma na Volta a França tem estado quase sempre nas mãos de Niermann e Frans Maassen. Mas a ascensão meteórica de Morkov, somada ao currículo imaculado nas corridas de 3 semanas, poderá levar a uma reestruturação já em 2026. "Veremos o que acontece, mas é sem dúvida algo de que me orgulho imenso", disse. "Tem sido uma época de sonho. Já aprendi tanto em tão pouco tempo".
E, perante dois títulos em estreia, dificilmente a direção da equipa deixará de reconhecer o seu valor. "Estou neste desporto porque o adoro, porque o meu coração bate pelo ciclismo. Mas acredito que vamos encontrar uma solução justa", acrescentou com humor.

Um DD em ascensão

A consistência e serenidade demonstradas na sua primeira temporada em Grandes Voltas reforçam a ideia de que Jesper Morkov está destinado a tornar-se um dos diretores desportivos mais respeitados do pelotão. A sua leitura de corrida, aliada à capacidade de manter a equipa unida mesmo em momentos de pressão, já lhe valeram enorme crédito dentro da estrutura da Visma.
Se o percurso continuar a ser de vitórias, Morkov não só passará a figurar entre os nomes de referência da direção desportiva, como também poderá transformar-se num dos mais desejados em todo o ciclismo internacional.
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