A mudança de
Olav Kooij para a Decathlon CMA CGM Team causou grande agitação para 2026 e poucas pessoas conhecem melhor o seu potencial do que
Michael Morkov. Segundo o selecionador dinamarquês, o corredor de 24 anos entra num ambiente que pode finalmente mostrar quão rápido ele pode realmente ser.
Em declarações ao podcast Café Eddy, Morkov disse que o contraste entre a vida na
Team Visma | Lease a Bike e a estrutura de apoio que agora espera por Kooij é enorme.
“Na Visma era um sprinter bastante autónomo, muitas vezes teve de safar-se sozinho e não tinha um grande suporte. Agora juntou-se a uma equipa que está a construir um bloco em torno dele e até a contratar diretores desportivos para ele. Só a motivação que resultará desse compromisso será interessante de ver”, disse Morkov.
A Decathlon CMA CGM Team montou um dos comboios de sprint mais temíveis do pelotão, juntando Tobias Lund Andresen, Cees Bol, Robbe Ghys e Daan Hoole -
todos comandados pelo ícone do lançamento Mark Renshaw. Morkov acredita que isso dá a Kooij uma vantagem logo antes de a nova época começar.
Morkov sabe exatamente o que Renshaw acrescenta. Os dois competiram um contra o outro entre 2008 e 2019, antes de Morkov passar a última temporada a trabalhar sob as suas ordens na Astana Qazaqstan Team.
Kooij já soma 47 vitórias profissionais no palmarés.
“Isso significa muito. O Renshaw é reconhecido como um dos melhores lançadores do ciclismo. No ano passado foi o meu diretor desportivo na Astana e conseguiu contribuir imenso. Mas estava também numa equipa onde não tinha assim tanto por onde contribuir”, disse Morkov.
Essa experiência, acrescentou, só reforça a convicção de que Kooij está agora no sítio certo para dar o próximo grande salto.
A peça em falta: uma oportunidade na Volta a França
Para Kooij, a mudança para a Decathlon CMA CGM Team não é apenas uma nova camisola, é entrar num projeto onde o sprint passa finalmente para o centro e deixa de estar na margem. Os resultados dos anos na Visma falam por si, mas Morkov entende que esses números apenas insinuam o que ainda pode surgir quando o neerlandês estiver numa equipa construída expressamente em torno da sua velocidade.
Isso torna a próxima questão mais interessante do que nunca: onde cabe um Kooij plenamente apoiado nas maiores ambições da Decathlon CMA CGM Team? Com o promissor homem de geral Paul Seixas a subir rapidamente na hierarquia interna, a equipa terá de decidir em breve quão agressivamente quer apostar num projeto de sprint dedicado durante o mês mais intenso e escrutinado do ciclismo.
Para Morkov, porém, o teto muda por completo assim que Kooij deixar de estar isolado nos finais.
Se a equipa abraçar a experiência, tanto em objetivos de um dia como em etapas de Grandes Voltas, Morkov acredita que o ciclismo pode vir a ver algo inédito: Kooij a operar com um comboio real, direção de topo e a confiança que daí advém. Para um corredor já conhecido como um dos finalizadores mais rápidos do pelotão, essa combinação pode redefinir o seu lugar na hierarquia do sprint em 2026.