Tiesj Benoot revela qual a parte mais difícil de sair da Visma: "Foi bom ter um bom amigo na equipa... isso é algo de que vou sentir falta"

Ciclismo
quinta-feira, 27 novembro 2025 a 13:45
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Tiesj Benoot pode ter assinado um contrato de três anos com a ambiciosa Decathlon CMA CGM Team, mas o belga admite que o custo emocional de deixar a Team Visma | Lease a Bike continua a pesar, sobretudo por causa de uma pessoa.
Aos 31 anos, foi um pilar da formação neerlandesa durante quatro épocas, com papéis cruciais nas Clássicas e na Volta a França. Ainda assim, o mais difícil do verão não foi a decisão de integrar um projeto em ascensão na Decathlon; foi afastar-se do colega com quem criou a ligação mais forte: Wout van Aert.

“Foi bom ter um amigo próximo na equipa…”

Em declarações à Domestique, Benoot não escondeu o lado pessoal da mudança. Apesar de pronto para um novo desafio, sabe que trocar de equipa implica perder a rotina diária ao lado do compatriota. “A vitória do Wout em Calais é uma das minhas melhores memórias da equipa, mas, no fim, era simplesmente bom ter um amigo próximo na equipa”, confessou. “É algo que vou sentir falta, mas não é o fim do mundo, estamos apenas em equipas diferentes”.
Os dois foram inseparáveis nos anos que partilharam: longos estágios em altitude, liderança repartida na Primavera e jornadas a fundo na Volta a França ao serviço de Jonas Vingegaard. Benoot foi mais do que um gregário de luxo, tornou-se o conselheiro de Van Aert, parceiro nas subidas e, por sua própria admissão, um dos seus amigos mais próximos no pelotão.
Benoot tornou-se peça-chave da equipa de Clássicas da Visma
Benoot tornou-se peça-chave da equipa de Clássicas da Visma

Sair da Visma: “Não tinha uma razão real para sair”

Mesmo o afastamento da Visma não foi simples. Benoot revela que nunca se sentiu empurrado para fora, nunca desvalorizado, e nunca houve conflito, o que tornou a decisão estranhamente dolorosa.
“Foi, sem dúvida, difícil sair da Visma, porque não tinha uma razão real para sair”, afirmou. “Estava feliz lá, e fui um membro orgulhoso da equipa durante quatro anos. Mas, no fim, tinha de tomar uma decisão… Pareceu-me o momento certo para voltar a sair da minha zona de conforto”.
Essa franqueza enquadra a mudança: não uma rutura, nem uma reação, mas uma aposta calculada de que a próxima fase da carreira deve trazer maior responsabilidade e um ambiente novo.

Porque a Decathlon fez sentido e porque o fator Wout ainda dói

O belga fala com entusiasmo das primeiras impressões no novo contexto. Reuniões, dias de testes e contactos iniciais deixaram-no seguro de que chega a um projeto com impulso e ambição. Mas há algo que nenhum estágio novo consegue replicar: o conforto de uma amizade construída sob anos de pressão partilhada.
“É realmente especial ver o quão popular ele é… mas é algo com que eu não gostaria de ter de lidar”, admitiu Benoot, ao refletir sobre o foco mediático intenso que acompanha Van Aert. É admiração, temperada por respeito, e alívio, mas também a consciência de que já não fará parte desse círculo mais próximo.
Para um corredor sólido e ponderado como Benoot, a mudança para a Decathlon representa evolução profissional. Porém, por detrás das manchetes da transferência está uma verdade mais silenciosa: sair da Visma não foi apenas uma decisão desportiva, foi também pessoal. E a distância de um colega que se tornou um amigo verdadeiro é a parte que, admite, mais custa.
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