"O Roglic não trabalhou para ninguém a época toda" Chris Horner alerta Pogacar para não contar com o apoio do compatriota em Kigali

Ciclismo
sábado, 20 setembro 2025 a 13:20
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Chris Horner levantou dúvidas sobre a forma como a Eslovénia vai gerir a liderança dupla de Tadej Pogacar e Primoz Roglic no Campeonato do Mundo de estrada de 2025, no Ruanda. O antigo vencedor da Volta a Espanha alertou que, apesar de Pogacar ser o claro favorito à revalidação da camisola Arco-Íris, não é garantido que Roglic se coloque totalmente ao serviço do seu compatriota.
“O Primoz Roglic não pedalou para apoiar ninguém durante toda a temporada”, sublinhou Horner no seu canal de YouTube. “Há uma boa hipótese de vermos alguma rivalidade entre Roglic e Pogacar nos Mundiais, porque o Roglic não andou a apoiar ninguém durante todo o ano.”

“A Eslovénia não tem cinco trepadores como a Emirates”

Para o norte-americano, a seleção eslovena não dispõe da profundidade necessária para copiar a tática da UAE Team Emirates – XRG que, no recente GP de Montreal, que conduziu Pogacar e Brandon McNulty a um final controlado. “A Eslovénia não tem cinco trepadores para rodear Pogacar como a Emirates fez no Canadá. Terão de reduzir o ritmo na subida, rodar mais como uma unidade e colocar Pogacar o melhor possível, mais à frente na corrida. Roglic é o segundo trepador puro, deve ser usado para reduzir o pelotão no final, que não tenha sido queimado no início. Mas a questão é: será que ele vai querer correr dessa forma?” questionou.
O selecionador Uros Murn, porém, desvaloriza qualquer risco de conflito interno. “Na seleção nacional não há rivalidades”, assegurou à comunicação social eslovena. “Conhecemos as nossas oportunidades colectivas e as possibilidades individuais. Toda a gente se adapta a isso. Ambos são ciclistas de classe mundial. Quando estamos na seleção nacional, não há rivalidade. Sabemos quais são as nossas opções e como equipa adaptamo-nos a isso.”
Para Murn, a presença conjunta de Pogacar e Roglic é um trunfo, oferecendo flexibilidade tática face a rivais como Remco Evenepoel, Isaac Del Toro ou Tom Pidcock.
Apesar do domínio demonstrado no GP de Montreal, Horner lembra que Pogacar pode não estar no seu pico de forma. “Sabemos que ele é muito bom, mas não sabemos se está na forma que apresentou para a Volta a França 2025. Montreal não tem o mesmo tipo de terreno que a corrida de julho ou as Clássicas da primavera. Mas quando se consegue controlar e ganhar uma corrida dessa forma, é-se claramente o favorito para os Mundiais”, admitiu.
O percurso em Kigali, com 265 a 270 km feitos em altitude, inclui uma rampa de 800 metros a 8% no circuito final, oferecendo um desafio substancial e adversários mais fortes do que os foram enfrentados no Canadá.

Rivais de peso

Horner apontou ainda os nomes mais capazes de explorar qualquer falha eslovena: “Roglic é provavelmente o segundo melhor ciclista na linha de partida do Mundial. Mas se não for ele, então poder-se-á argumentar a favor de Del Toro ou Remco. Pidcock também tem de ser visto como um favorito. Especialmente naquela subida dura. Lembrem-se que ele descarregou o Vingegaard na Vuelta.”
Evenepoel, ex-campeão do mundo, já demonstrou qualidades em provas de um dia, Del Toro tem sido uma das revelações da temporada e Pidcock reforçou o seu estatuto ao alcançar o pódio da Vuelta.
Para Horner, o desfecho dependerá da forma como a Eslovénia irá gerir os seus recursos. “No ano passado o Pogacar arrancou a 100 km da meta. Foi uma manobra arriscada, mesmo tendo funcionado. Desta vez, se Roglic dificultar a corrida nas últimas voltas e Pogacar atacar, há uma boa hipótese de o vermos ganhar uma segunda camisola Arco-Íris. Mas se a Eslovénia não seguir a sua tática, ou se Roglic decidir fazer a sua própria corrida, isso abrirá a porta aos rivais.”
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